Agências internacionais A Coreia do Norte anunciou nesta terça-feira, 14, a suspensão de sua colaboração com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e a expulsão dos inspetores estrangeiros que fiscalizam a atividade do reator de Yongbyon.
A decisão da Coreia do Norte foi comunicada pela própria AIEA, que, numa nota emitida em Viena, informa que Pyongyang resolveu reativar o reator de Yongbyon, em processo de desmantelamento nuclear.
Foi ainda solicitado aos inspetores que deixem o país o mais rápido possível.
Mais cedo, Pyongyang anunciou que abandonou as negociações multilaterais sobre seu desarmamento atômico e prometeu religar o reator nuclear em retaliação a uma resolução do Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) condenando um disparo de foguete efetuado há pouco mais de uma semana pelo país comunista. “Não há mais necessidade de conversações (sobre desarmamento nuclear) entre os seis países”, anunciou o Ministério de Relações Exteriores da Coreia do Norte, referindo-se às negociações multilaterais que também envolvem China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Japão e Rússia. “Nós nunca mais tomaremos parte nestas conversações e não ficaremos vinculados a nenhum acordo alcançado por meio delas”, diz o comunicado da chancelaria, divulgado em despacho da agência estatal de notícias do país.
A nota acrescenta que a Coreia do Norte “irá reforçar por todos os meios a sua força de contenção nuclear” em resposta “às ameaças militares de forças hostis”. “Adotaremos as medidas necessárias para restaurar as instalações nucleares desmanteladas e reprocessar as barras de combustível usadas nos reatores experimentais”, prossegue a nota.
As barras de combustível nuclear são essenciais para o funcionamento dos reatores, mas podem ser adaptadas para carregar ogivas atômicas.
O governo norte-coreano qualificou a resolução do CS da ONU como “hostil”.
A declaração veio à tona apenas algumas horas depois de os 15 integrantes do CS da ONU terem condenado por unanimidade o disparo do foguete por considerá-lo uma violação a resoluções da ONU e intensificado as sanções contra Pyongyang.
A Coreia do Norte afirma ter enviado ao espaço sideral, no último dia 5, um foguete transportando um satélite experimental de telecomunicações.
Os Estados Unidos, o Japão e a Coreia do Sul acusaram Pyongyang de ter promovido um teste ilícito de tecnologia utilizável em mísseis balísticos intercontinentais.
A Casa Branca disse nesta terça-feira que a ameaça da Coreia do Norte em sair das discussões com as seis potências mundiais é um “passo sério na direção errada” e recomendou que Pyongyang encerre as ameaças provocativas e cumpra com suas obrigações internacionais. “A Coreia do Norte não encontrará aceitação da comunidade internacional a menos que abandone de forma verificável sua busca por armas nucleares”, disse o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs.