Voltou a chover com intensidade na madrugada deste sábado em Petrolina, sertão do estado.
De acordo com a Defesa Civil do município, quatro famílias - sendo três oriundas do bairro Dom Avelar e uma do São Joaquim – serão encaminhadas para o Ginásio de Esportes Osvaldo do Flamengo, que vai funcionar como um abrigo temporário.
As casas destas pessoas foram invadidas pelas águas das chuvas que têm caído na região nos últimos dias. “É uma situação complicada, muitas áreas de Petrolina sofrem com as chuvas prolongadas porque não disponibilizam de um sistema adequado de escoamento.
Há de se registrar que tem uma família no Parque Jatobá que a casa está totalmente alagada, mas eles resistem a deixar o imóvel com medo de serem saqueados.
Estamos viabilizando umas barracas junto ao Exército para ver se ajudamos esta família”, explica o diretor Executivo da Defesa Civil de Petrolina, Jenivaldo Santos.
Outras áreas atingidas pelas chuvas foram os bairros Vale do Grande Rio, Jardim Petrópolis, Santa Luzia. “Já acionamos a secretaria de Infra-Estrutura do município para ver essa questão da drenagem, mas isso não é uma coisa que se resolve da noite para o dia.
A Lagoa do São Joaquim subiu, não teve como escoar, acumulou e alagou algumas casas.
Nas proximidades da escola do bairro Dom Avelar, também se acumulou muita água”, frisa Santos.
Somente no bairro Gercino Coelho, região central da cidade, o laboratório de Meteorologia da Universidade Federal do Vale do São Francisco registrou precipitação de 67,4 milímetros. “Ainda estamos coletando os dados e há locais em que pode ter chovido mais do que isso.
A previsão é de que as chuvas continuem pelos próximos dias.
Até o fim de abril a região deve registrar precipitações pluviométricas”, destaca o meteorologista e professor da Univasf, Mário Miranda.
Além das casas alagadas em alguns bairros da cidade, o petrolinense se deparou com ruas enlameadas.
Motoristas e pedestres tiveram que redobrar a atenção com os buracos encobertos por poças de água em algumas vias públicas da cidade. “Caso permaneça chovendo, podemos ter alguma casa desabada aqui no bairro.
Vivemos uma situação delicada.
Aqui não tem estrutura nenhuma, sem saneamento, quando chove as residências ficam com infiltrações e tem locais em que praticamente você tem que tirar o sapato, porque anda com água pelas alturas”, explica o presidente da associação dos moradores do Jardim Petrópolis, Geronildo dos Santos.
A manicure Daiane Feitosa, moradora da Rua 03, 135, do mesmo bairro, também reclama. “A água está na porta de minha casa.
Saio dentro da lama.
Tenho um tio que mora comigo que já adoeceu e foi para a casa de minha mãe.
Esperamos que alguém faça alguma coisa.
Eu não quero incomodar ninguém e fico na minha casa até ela cair”.
O dono de um restaurante no bairro do Jatobá, Graciano Cavalcanti Coelho, reclama da inércia da administração pública quando o assunto diz respeito ao sistema de escoamento da cidade.
Um dos acessos ao estabelecimento comercial dele está alagado. “Quem quiser vir para essa área vai ter que desviar pela localidade do Carneiro, aumentar mais uns três quilômetros de estrada.
Na realidade a gente se chateia porque isso não é coisa nova, existem estudos de topografia, conhecimento do problema e toda vez que chove a situação permanece a mesma. É importante que as soluções saiam do papel”.