Em assembléia geral realizada na noite desta terça-feira (7), os médicos da Prefeitura da Cidade do Recife decidiram intensificar o movimento da campanha de negociação e dar um prazo até o dia 23 deste mês ao prefeito João da Costa para atender a Pauta de Reivindicações da categoria.

Além disso, os médicos reclamaram bastante da insegurança constante em várias policlínicas e postos de saúde, especialmente, nos bairros do Ibura, Afogados, Campo Grande e Campina do Barreto.

Eles relatam casos de agressões, ameaças e intimidações contra médicos, enfermeiros e técnicos que atuam nas unidades de saúde da PCR.

Durante a assembleia, o presidente do Sindicato dos Médicos, Antônio Jordão, fez um relato dos informes sobre a Campanha de Negociação e das reuniões mantidas com o prefeito João da Costa e o secretário de Saúde, Gustavo Couto, onde foram discutidos temas como insegurança, condições de trabalho, sobrecarga de atendimento, equiparação salarial com o Estado, cargo específico, envolvendo médicos plantonistas e do PSFs.

De acordo com o presidente do Cremepe, André Longo, a situação se tornou insustentável em várias unidades de saúde do município, por conta da falta de estrutrura e condições de trabalho. “É preciso fortalecer o movimento, ampliar a mobilização dos médicos e combater, principalmente, a insegurança”, frisou.

Longo citou como exemplo, o repouso dos médicos na Policlinica Arnaldo Marques, classificando-o como um local inadequado em todos os aspectos. “Enquanto a prefeitura não consegue garantir a integridade física de pacientes e profissionais nas unidades de saúde, médicos continuam sendo alvo de agressões.

Semana passada, o chefe de plantão suspendeu o atendimento na Policlínica Arnaldo Marques, Ibura, depois de ser agredido por um paciente”.

Mais um caso de violência veio à tona no mesmo bairro.

Uma médica da Unidade de Saúde de Três Carneiros foi ameaçada por um paciente porque se negou a fornecer atestado médico e remédio para psicótico.

Segundo a profissional, o paciente queria uma declaração de deficiência física para obter a carteira de livre acesso ao transporte coletivo, mas o exame clínico não comprovou o problema.

Em seguida, o homem solicitou a prescrição do remédio Haldol, exibindo uma receita de 2006.

Como ele não apresentava sintomas psicóticos visíveis, a médica resolveu encaminhá-lo ao psiquiatra, mas o paciente não gostou.

Ameaçou queimar o carro dela e invadir o consultório.

No final do encontro, ficou definido que na próxima quarta-feira (15), representantes do Cremepe e Simepe se reunirão com o governo estadual para deliberar sobre a situação da Policlínica Arnaldo Marques, no Ibura.

O retorno imediato do posto policial foi reivindicado, visando a garantia da integridade física de profissionais e pacientes. “A questão é urgente.

Se daqui pra lá acontecer alguma ameaça, intimidação ou mesmo agressão, os médicos prometem fechar o plantão, comunicar o caso às entidades médicas e denunciar caso à Polícia”.