Os médicos denunciam que enfrentam toda sorte de problemas diariamente.
Mas o caso relatado a seguir teve um desfecho diferente.
A médica Verônica Cisneiros foi pressionada por um paciente onde trabalha na Unidade de Saúde da Família da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR), na comunidade de Três Carneiros Alto/Ibura.
Ele exigiu que a mesma prescrevesse um atestado e medicamento psicótico.
Mas, de acordo com a médica, o motivo da consulta era a obtenção de uma declaração de deficiência física para livre acesso ao transporte coletivo interestadual, com diversas classificações de prejuízo para atividades da vida diária. “Isso não correspondiam ao exame clínico por mim realizado”, assinalou.
Em seguida, o paciente solicitou a prescrição de Haldol, trazendo sua última prescrição do ano de 2006, e sem sintomas psicóticos que fossem claros a um clínico. “Optamos por agendá-lo para uma consulta psiquiátrica, demonstrando claro interesse em solucionar seu problemas de saúde” destacou.
Todavia, o paciente recusou e afirmou que “tocará fogo” no carro da profissional, gritando para os presentes na recepção da unidade que entraria no consultório da médica e se não saísse de lá em minutos podiam chamar a polícia.
Em um lugar onde as condições de trabalho são precárias e a insegurança é constante, a médica denunciou o caso à Polícia e solicitou transferência da unidade de saúde com medo de represália.
A equipe que atua naquela unidade de saúde está incompleta e não tem condições de regularizar a assistência, o que dificulta mais ainda o andamento dos trabalhos no sistema solidário.
As visitas também são inconstantes.
O bairro é de terreno totalmente irregular, com escadarias que chegam a quase 400 degraus, o que impede a assistência imediata que a comunidade deseja , e que não é característica de estratégia da saúde da família.
Com medo e ameaçada, médica registrou queixa na delegacia de polícia de Piedade.
Parabéns, doutora.
Não é aceitável viver sob ameaça, seja ela de natureza física ou psicológica.