Em entrevista, hoje, à CBN Recife, o presidente estadual do Democratas, Mendonça Filho, partiu para o ataque à gestão Eduardo Campos.
Disse que “a realidade do Estado é bem diferente do que o Governo prometeu em 2006 e do que mostra hoje na propaganda oficial”.
Ao apresentador Aldo Vilela e aos jornalistas Cristiano Ramos (TVU) e Sérgio Montenegro Filho (Jornal do Commercio), Mendonça destacou que a prioridade do partido é a reeleição do senador Marco Maciel e que “é hora unificar o discurso das oposições com vistas à eleição para governador”.
Eleições 2010 “No âmbito do Democratas temos uma prioridade que é a reeleição do senador Marco Maciel.
Com relação ao governo ainda é cedo.
Claro que Jarbas Vasconcelos é um nome fortíssimo e que agrega a oposição, mas muita coisa pode acontecer até lá.
O momento é de unificar as propostas e o discurso”.
Aprovação de Eduardo “Existe um descompasso flagrante entre o discurso da propaganda oficial do governo e a realidade dos pernambucanos.
Veja o exemplo da saúde: dizem que o governo é bem avaliado nessa área, mas o fato é que a coisa está bem pior e que não se resolve construindo hospitais, mas, antes disso, fazendo com que a rede estadual funcione.
O que acontece é que a figura de Lula, reconhecidamente forte em Pernambuco, ajuda um pouco nesse índice, mas o fato é que a aprovação do governo está muito aquém do que Jarbas e eu alcançamos em nossa gestão, algo em torno de 75% de ótimo e bom”.
Governo Jarbas / Mendonça “O atual governo teve a honradez de continuar vários investimentos nossos que são estruturadores, isso não pode deixar de ser frisado.
Mas a verdade é que, se formos para o terreno das comparações, é preciso deixar claro o estado em que encontramos a máquina pública em 1999.
Conseguimos equilibrar o Estado e entregá-lo girando em alta velocidade para que o atual governo pudesse trabalhar.
Eles falam em interiorizar o desenvolvimento, coisa que não seria possível se nós não tivéssemos feito a BR-232.
Colhem louros de investimentos que foram viabilizados pelo nosso governo, como a refinaria e o estaleiro.
Proporcionalmente não há termo de comparação entre o que nós fizemos e o que o atual governo faz: nós operamos uma revolução estrutural no Estado, da qual todos os pernambucanos se beneficiam até hoje”.
Segurança pública “O Pacto pela Vida é um redondo e total fracasso e isso é atestado pela redução pífia de 1% nos homicídios que é comemorada pelo governo.
Quando me cobram algo do tipo “vocês também não fizeram nada”, digo que não foi assim, que encontramos as polícias em estado deplorável, sem armamento, sem viaturas.
Criamos a Secretaria de Defesa Social – uma inovação em termos de gestão que foi mantida pelo atual governo – e fizemos muito, mas nunca prometemos o melhor dos mundos, que foi justamente o que a atual gestão fez, tanto na área de segurança como na saúde.
Não vou negar a vontade de acertar, pois é uma coisa que todos os governos têm, mas o resultado dessa gestão é terrível”.
Celpe “Muito se cobra do nosso governo por conta da privatização da Celpe, mas existe muita demagogia e mentira nesse debate.
Em primeiro lugar o processo foi iniciado pelo ex-governador Miguel Arraes e nós o concluímos dentro do que observa a lei.
Incrementamos a infra-estrutura do Estado com esses recursos.
Agora, querer jogar sobre nossas costas essa questão da tarifa de energia é desonestidade.
A Celpe é controlada pelo Banco do Brasil, que é um órgão do Governo Federal.
Já que o governador se gaba tanto do trânsito que tem com o Palácio do Planalto deveria ter feito algo a respeito.
Não estou dizendo que as tarifas são baixas, pois elas não são, mas mesmo assim elas ainda estão abaixo da média nacional”.
Caravanas da oposição “Acredito na política como ação permanente e não apenas em períodos eleitorais.
O político precisa estar sintonizado com a população e nada melhor do que colocar o pé na estrada para colher essas impressões.
Fomos ao Vale do São Francisco e, em breve, estaremos no Agreste fazendo justamente isso: ouvindo o povo, discutindo propostas, filiando, identificando candidatos, tudo faz parte do jogo político.
A oposição tem que assumir seu papel fiscalizador, ir no calcanhar ou na canela do governo”.