Caro Jamildo, Algum tempo atrás, a CTTU andou fazendo uma pesquisa nos bairros dos Aflitos, Espinheiro, Rosarinho, Graças, Parnamirim, para investigar as causas dos constantes engarrafamentos nesses locais.
Mas será que precisava mesmo de pesquisa?
Sabemos que Recife é uma cidade com uma área pequena e muitas pontes, o que acaba dificultando o trânsito.
Sem falar nos vários carros novos que invadem as ruas a cada mês.
Entretanto, não podemos esquecer também a lentidão de alguns motoristas, que ainda pensam que estamos em plena década de 1970 e trafegam tranqüilamente, bem abaixo da velocidade de fluxo dos demais carros.
Fosse nos EUA, haveria guardas para ordenar que acompanhassem o fluxo e não atrapalhassem a coletividade.
Além disso, muitos motoristas demoram para reagir a um sinal, e pasmem, até param no meio da via para procurar endereços ou se certificar de que aquela é mesmo a esquina onde tem que dobrar.
Inacreditável!
Não sei o que anda se ensinando nas auto-escolas…
A má educação do motorista é também outro aspecto relevante.
Filas duplas e estacionamento irregular, principalmente em porta de escolas, como São Luís e Damas (no início das aulas a CTTU até pôs guardas na Rui Barbosa, mas os motoristas paravam na cara deles mesmo, que pareciam estar lá só de enfeite… desmoralização…), tráfego na contra-mão ou em acostamentos, avanço de sinais e tantos outros exemplos de “cidadania”.
Mas ultimamente, e esse é o principal motivo pelo qual escrevo, tenho percebido uma praga que tem colaborado para piorar muito o trânsito, não apenas nos bairros que citei, mas em outros, como Boa Viagem e Torre, por exemplo.
Trata-se da carroça de tração humana.
Elas estão por toda a parte, seja em ruas pequenas ou grandes avenidas, como a Rosa e Silva e a Domingos Ferreira!
São lentas e cada vez maiores, causando retenções e aumentando o risco de acidentes, principalmente à noite, pois são totalmente apagadas.
Em uma ou outra, vemos que se trata de alguém sem condições, que faz um bico para sobreviver.
Mas a grande maioria não.
São homens novos, com bom físico e em carroças grandes e “novas”.
Parece-me ser um negócio, com alguém coordenando por trás.
O fato é que elas estão em todos os cantos, a qualquer hora do dia, embolando o trânsito sem qualquer cerimônia (alguns exemplos em anexo).
Será que esse é o Recife do século XXI?
Onde pagamos um IPVA caríssimo para circular com nossos carros, mas mesmo assim temos que disputar as ruas com carroças?
Bem, escrevo na esperança de que vocês, da imprensa, possam “cutucar” as autoridades para que seja dado algum encaminhamento a esse assunto, ao meu ver, urgente.
O fato é que do jeito que está, não dá para ficar.
Recife é uma das principais capitais do Brasil, uma cidade com vocação turística e econômica, não uma vila medieval.
Além disso, a vida está ficando cada vez mais corrida e tempo é ouro, portanto, não há mais sentido em dividir as ruas com carroças.
Um abraço, André Costa