Por Edilson Silva A imprensa noticia: governo brasileiro vai utilizar US$ 10 bilhões do total de suas reservas cambiais para realizar empréstimo ao FMI.
O montante representa algo em torno de 5% do total das reservas, hoje em US$ 202 bilhões.
O governo quer com isso fazer sua parte no esforço global para a superação da crise econômica mundial, ou seja, dar sua cota na transfusão de sangue para o defunto que sobrou da antiga ordem econômica mundial.
Segundo Lula, é chique para o Brasil emprestar dinheiro ao FMI.
Só se for chique para ele, o presidente, que faz com isso exibicionismo com o dinheiro alheio, da nação brasileira, conseguido através do sacrifício da maioria da população. É como se um pai de família resolvesse emprestar dinheiro a um agiota, enquanto deixa de pagar a escola os filhos, o plano de saúde da família, a feira do mês, atrasa o aluguel, etc.
Isso não tem nada de chique, é escárnio puro.
Enquanto empresta ao FMI, o governo Lula deixa os municípios brasileiros em situação abaixo da precariedade, amargando uma redução de 16,4% do Fundo de Participação dos Municípios em março de 2009, em relação ao mesmo mês do ano passado.
Uma diferença de aproximadamente R$ 500 milhões por mês.
Com os US$ 5 bilhões (dólares) que estão sendo emprestados ao FMI, equivalente a R$ 11 bilhões (Reais), o governo poderia evitar este caos nos mais de 5 mil municípios brasileiros por pelo menos 2 anos. É preciso se levar em consideração também os cortes no orçamento público de 2009, que atingem em cheio áreas sociais bastante sensíveis, como a segurança pública, que por conta de um corte de 41% dos recursos inicialmente disponibilizados para o ministério da Justiça, verá programas tímidos, mas progressivos, como o PRONASCI, irem para o ralo.
O governo está tirando cerca de R$ 1,2 Bilhão do ministério da Justiça, mas os cortes globais no orçamento ultrapassam R$ 25 bilhões.
Tudo isto enquanto mantém intactas as metas de superávit-primário em absurdos 3,8% do PIB.
Enquanto posa de chique emprestando dinheiro para o FMI e sustentando a agiotagem oficial, a economia brasileira sangra e a sociedade em geral paga a conta.
O momento é de mobilização social e política contra esta situação, em base a um programa que defenda a economia popular e reoriente as prioridades orçamentárias da União para a maioria da população.
Presidente do PSOL/PE