Dados da empresa de consultoria Equifax mostram que no mês de março foi registrado um volume de 2.757.672 cheques devolvidos.

Um aumento de 25,54% em relação a fevereiro de 2009.

Comparado a março de 2008, o volume foi 12,88% maior.

A mesma comparação, levando-se em conta o número de dias úteis de cada mês, mostra que o volume de cheques devolvidos por dia útil, em março, foi 8,4% superior ao registrado no mês de fevereiro e 2,6% superior ao registrado no mesmo período do ano passado.

O crescimento da inadimplência em março resulta de um aparente paradoxo: embora a atividade comercial tenha apresentado pequena evolução, sobretudo no setor de bens de consumo duráveis, a capacidade de pagamento dos compradores se deteriorou devido ao aumento da taxa de desocupação e à estagnação do crescimento da renda disponível ao consumo.

Mais preocupante é o comportamento da curva de tendência do volume de cheques devolvidos ao longo do tempo.

No primeiro gráfico abaixo podemos visualizar que, a linha de tendência, que vinha caindo desde o início de 2006, voltou a subir no último trimestre do ano passado.

Não resta dúvida que esta inflexão se deve aos efeitos negativos da atual crise financeira internacional, que afetou, ainda que moderadamente, a capacidade de pagamento dos consumidores brasileiros.

A situação da inadimplência ao longo de 2009 pode se agravar ainda mais, no entanto, espera-se que tal fato não atinja níveis que possam por em risco a estabilidade financeira das empresas brasileiras.

Quanto ao volume de títulos protestados, os dados mostram que em março houve um crescimento de 36,43% em relação a fevereiro e uma queda de 9,07% em relação ao mesmo período do ano passado.

No mês foram registrados 982.693 protestos, contra 720.276 registrados em fevereiro e 1.080.714 em março de 2008.

O gráfico seguinte apresenta o comportamento do volume de títulos protestados desde o início de 2005.