Prezado Jamildo, O posicionamento equivocado da parlamentar Terezinha Nunes muito me surpreendeu como cidadão consciente do meu papel na sociedade e do dever de um representante do povo de Pernambuco na Assembleia Legislativa de Pernambuco, ou do que deveria cumprir com a sua representação na ALEPE.

A parlamentar, talvez com a sede de agradar a ala mais conservadora confundiu sua função de fiscalizadora e legisladora com a batina e erroneamente sai em defesa de uma atitude explícita de interferência de posicionamento religioso no Estado, que colocava em risco a vida de uma criança de 9 anos e que fatalmente, se o Estado não tivesse intercedido, a vida dessa menina teria um fim trágico e consequentemente afetaria outras milhares de vítimas nessa mesma situação.

Esse posicionamento, em discretamente condenar a nossa postura – de defesa dos direitos civis, e sugerir que peçamos desculpas ao arcebispo e a sociedade, configura numa postura contrária ao que deveria ter tomado qualquer parlamentar.

Interceder pela vida da criança, dos direitos garantidos em Lei no caso de estupro e, no mínimo, exigir a garantia dos serviços públicos a favor da pequena cidadã, violada sexualmente e que possa superar esse trauma e não carregue o medo das relações humanas e afetivas no seu futuro e comprometa sua perspectiva de crescimento humano e credulidade nas instituições públicas.

Assim como a criança e sua família, milhares de outras vítimas de violência sexual e a sociedade viram explicitamente defendidos a prática da pedofilia e do abuso sexual.

Ao afirmar publicamente que o estupro é menos grave que o aborto, ressalto mais uma vez, para garantir a vida dessa criança, coloca em dúvida se podemos de fato considerar que os parlamentares estão baseando seus projetos para o desenvolvimento de Pernambuco e dos pernambucanos em suas doutrinas religiosas.

Considero a sua postura, com a nota publicada no Blog do Jamildo, uma decepção ao perceber que uma parlamentar venha a público massacrar, mais uma vez, uma vítima da violência e sem nenhuma atitude solidária aos profissionais e pessoas envolvidas no episódio na defesa da vida da criança de 9 anos, estuprada pelo seu padastro.

Por fim, gostaria de lembrar que legisladores não podem levar em consideração - na sua carreira política, pública e, principalmente, num mandato, conceitos religiosos, pois o Estado é laico e a população não deve ser confundida como coroinhas e fieis e as obrigações dos parlamentares devem ser de defensores dos direitos dos cidadãos e cidadãs.

Por último, sua afirmação de defensora dos homossexuais me deixou perplexo.

Pois não constatei em nenhum de seus projetos, em tramitação e aprovados, nada que dignifique a vida dos homossexuais em Pernambuco.

A participação em um evento público, como foi a Conferência Estadual de Diversidade Sexual foi mais uma cortesia e uma afirmação de sua presença do que compromisso ou interesse.

Já manifestamos publicamente nossa insatisfação quanto ao tratamento dispensado ao segmento homossexual pernambucano, a violência seguida de morte sem apuração, a ausência de políticas públicas de Estado e em nenhum momento nenhuma manifestação a favor foi dispensada ou mesmo classificada de imprudente essa apatia do Estado pelos homossexuais.

Weligton Medeiros SITE: www.leoesdonorte.org.br ORKUT: Movimento Gay Leões do Norte Leia mais: Terezinha diz que gays foram imprudentes ao malhar boneco de dom José Grupo gay malha o boneco de dom José