De Economia / JC A contratação dos pacotes da Refinaria Abreu e Lima entrou numa fase crítica.
A Petrobras está trilhando um caminho para baixar os preços ao relicitar o empreendimento, mas ao mesmo tempo, já se comprometeu em bilhões com o que está em fase de execução.
Outro obstáculo pode estar no Tribunal de Contas da União (TCU), que prometeu, em entrevista ao JC, analisar com rigor tudo o que for contratado.
Curiosamente, na licitação original das obras, apenas um dos grandes pacotes foi vencido pelo mesmo grupo, que foi o caso da Odebrecht e OAS.
O cancelamento das licitações pode induzir a uma maior concorrência pela sinalização de que a Petrobras não aceitará qualquer preço para construir a refinaria em Suape.
Isso dificultaria a ação coordenada de empresas no processo.
Ao mesmo tempo, a Petrobras depende do sucesso na compra desses novos pacotes, pois já contratou vários outros serviços que não teriam serventia se as unidades principais de operação demorarem a ficar prontas.
Isso pesa negativamente sobre a refinaria, já que ela fica cada vez mais dependente do sucesso do que está sendo licitado agora.
O fato é que o prazo inicial da refinaria já estourou.
A Petrobras trabalhava com agosto de 2010 para iniciar parcialmente a refinaria, prazo que foi dilatado para o primeiro semestre de 2011.
E que ainda vai depender do sucesso dessa nova rodada de contratações.
Com a mudança de prazo, também é alterada a previsão de pico de mão de obra, que poderia chegar simultaneamente a 20 mil pessoas trabalhando em Suape.
Já divergências com o TCU podem contribuir para o atraso.
Na terraplenagem o tribunal vê um sobrepreço de R$ 54 milhões, tomando como base a tabela do DNIT – o que seria inviável, segundo a Petrobras.
A pedido do TCU, a estatal reteve pouco mais de R$ 15 milhões do consórcio da terraplenagem nos itens considerados com sobrepreço.