Réu confesso no homicídio da estudante Amanda Beatriz Silva de Oliveira, de 16 anos, em janeiro de 2007, Geison Duarte da Silva foi condenado na noite de ontem (31), no Fórum Thomaz de Aquino, a 35 anos de reclusão, inicialmente em regime fechado.
O corpo de jurados acatou na totalidade os argumentos apresentados pelo representante do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o promotor de Justiça André Rabelo.
A linha de acusação a Geison Duarte foi traçada em cima de homicídio quadruplamente qualificado: motivo torpe; asfixia como meio cruel; dissimulação como forma de impedir a defesa da vítima e prática de crime para esconder a execução de outro crime.
Além desse homicídio qualificado, o réu foi condenado pelos crimes de estupro, atentado violento e ocultação de cadáver.
Durante o julgamento, André Rabelo desmontou a estratégia adotada pela defensora pública Fernanda Vieira, para tentar desqualificar o homicídio.
Ao final da sessão, o juiz Pedro Odilon de Alencar Luz negou ao réu o direito de apelar da sentença em liberdade.
Mas a defensora pública adiantou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), “por discordar dos autos”.
A pedido de Geison, o magistrado vai oficiar às autoridades penitenciárias do Estado determinando a adoção de medidas que resguardem a integridade física do criminoso. “Esta é mais uma vitória da sociedade pernambucana contra a impunidade”, comentou André Rabelo após o anúncio da sentença.
Parentes da vítima foram agradecer ao promotor de Justiça seu empenho na acusação do réu. “A Justiça foi feita, graças a Deus”, disse um dos parentes da garota assassinada.
O CRIME - Na manhã do dia 20 de janeiro de 2007, Geison Duarte estuprou e assassinou a socos e pontapés a estudante Amanda Beatriz Silva de Oliveira, de 16 anos, no apartamento 303 do edifício Santa Emília, na Avenida Manoel Borba, bairro da Boa Vista.
O cúmplice Thiago Alencar não foi a julgamento ontem porque sua defesa recorreu ao Tribunal de Justiça de Pernambuco.
A princípio, os dois rapazes confessaram participação nos crimes.
Depois, orientado pelos advogados, Thiago Alencar negou ter participado diretamente dos crimes, chegando a argumentar que pensou em defender a moça, mas não o fez porque Geison era muito mais forte que ele.
O crime chocou a cidade pelos requintes de crueldade como foi perpetrado.
Depois de morta, a estudante teve seu corpo enrolado numa rede, coberto por argamassa, areia e cimento e escondido num cesto de roupas.
O cadáver foi descoberto pela polícia três dias depois em adiantado estado de putrefação, depois que o assassino resolveu confessar a autoria do crime.