Por Edilson Silva As principais capitais do Brasil estão sendo palco neste dia 30 de março de uma série de manifestações.

O principal ato acontece em São Paulo, mas capitais como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre, dentre inúmeras outras, também estão protestando em defesa do emprego e dos direitos sociais e trabalhistas, ameaçados pela crise econômica que se abateu com força sobre o Brasil.

Em nível internacional, manifestações semelhantes também estão acontecendo, como parte de um calendário de lutas aprovado no Fórum Social Mundial de Belém.

Unidos em torno da defesa dos empregos e dos salários, forças políticas e movimentos até então incapazes de um gesto unitário com tamanha magnitude, dadas as circunstâncias políticas e econômicas do país, protagonizaram uma importante unidade de ação.

Centrais sindicais como a Conlutas, CUT, CTB, Força Sindical, UGT, CGT e Nova Central, movimentos sociais como o MST, MTL, partidos como o PSOL, PSTU, PCR, PCB e até o PT, foram às ruas e partilharam microfones para dizer que não aceitam demissões e nem retirada de direitos por conta da crise.

O PSOL, como parte das forças de esquerda e progressistas da sociedade brasileira, saúda esta unidade.

Propostas como a redução da jornada de trabalho sem a redução salarial e redução drástica da taxa de juros (Selic) são medidas propositivas que unificam a todos os que se somaram nesta iniciativa, mas há importantes diferenças que não podem ser colocadas embaixo do tapete, pois fazem toda a diferença quando se busca soluções estruturais para a crise, e não apenas medidas paliativas.

O PSOL defende a redução de jornada sem redução salarial e defende também a redução da taxa básica de juros, mas estas medidas são insuficientes.

A crise é sistêmica, mundial, atingindo o coração do processo de acumulação capitalista, exigindo, portanto, medidas de porte adequado do governo federal.

Por isso defendemos também a Defesa dos aposentados, com o fim do fator previdenciário; controle de câmbio contra a fuga de capitais; Perdão das dívidas dos empréstimos consignados; Fim do superávit primário - o dinheiro deve ser investido em saúde, educação, moradia, segurança, meio ambiente, e não ir para os especuladores; Auditoria da Dívida Pública; Reforma agrária, crédito e incentivo para os trabalhadores do campo; Basta de corrupção - cadeia para Dantas e todos os corruptos; Não à criminalização dos movimentos sociais e da pobreza; Não às privatizações - suspensão dos leilões da área do petróleo, das estradas e do sistema aéreo, Petrobrás 100% nacional e reestatização da Vale do Rio Doce; construção massiva de moradias populares.

Estas medidas têm a ver com a reorganização da economia brasileira a partir da priorização das demandas inadiáveis da maioria da população.

São medidas distintas das que o governo Lula vem implementando, como o corte de mais de R$ 21 bilhões no orçamento público federal de 2009, retirando recursos das áreas sociais para dar sobrevida a um modelo econômico falido, enquanto mantém intacto o superávit primário de 3,8% do PIB para satisfazer a sede deste sistema de agiotagem co-responsável por toda esta crise.

Ou como os R$ 700 milhões do BNDES que estão sendo destinados à EMBRAER para financiar sua produção, mesmo após esta demitir 4,2 mil trabalhadores em meio à crise.

Silva é Presidente do PSOL/PE e escreve com exclusividade no Blog de Jamildo, às segundas-feiras.