“Estão tirando dos maranhenses o poder de tomar decisões sobre seu próprio destino”, afirmou a jornalistas estrangeiros nesta quinta-feira (26/3) o governador Jackson Lago ao comentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o seu mandato com base no processo aberto pela senadora Roseana Sarney, candidata derrotada nas eleições de 2006.

Apesar da crítica, Lago manifestou esperança de que os ministros do TSE revertam a sentença já que votaram divididos pela cassação do seu mandato – empate de três votos a três – fato que obrigou o presidente do tribunal, ministro Ayres de Brito, a desempatar.

Em entrevista coletiva no Rio de Janeiro aos integrantes da Associação dos Correspondentes da Imprensa Estrangeira (ACIE), e também a jornalistas brasileiros, Lago historiou a trajetória da família Sarney a partir de 1965, quando José Sarney ascendeu ao poder no Maranhão após 64; hegemonia política que ainda hoje se mantém. “Com o fim da ditadura, todos os estados brasileiros respiraram aliviados menos o Maranhão porque Sarney, depois de servir a ditadura, ganhou mais poder ainda com as eleições indiretas e sua posterior condução à presidência da República” com a morte de Tancredo, explicou Jackson.

Acrescentou que hoje, dos 56 cargos federais existentes no Maranhão, Sarney ocupa 54 e o PT apenas dois.

Na opinião de Lago, se na época da ditadura Sarney recorria às listas de cassações para se livrar de desafetos, hoje usa outros métodos.

Citou o fato de que uma prima de Sarney, a desembargadora Norma Sarney, atuou na eleição como corregedora do TRE-MA e hoje ocupa a presidência do mesmo Tribunal.