Do Congresso em Foco O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Severino Cavalcanti (PP-PE), voltou a reinar graças ao fiel eleitorado.
O político que ganhou fama como o “rei do baixo clero” e defendia o nepotismo e os deputados sem grande expressão, parece muito à vontade no cargo de prefeito de João Alfredo, município pernambucano em que nasceu e onde iniciou sua trajetória política há 42 anos.
Severino deu entrevista pelo telefone ao Congresso em Foco.
Confessou empregar a nora Olga Maria Cavalcanti como secretária de Fazenda e Administração.
Contou também ter indicado dois filhos para cargos públicos em Recife.
Questionado sobre a súmula do Supremo Tribunal Federal que veda a prática do nepotismo, Severino mira sua artilharia para o Senado Federal. “Aqui não tem crime nenhum.
Ela (a nora) trabalha.
Escândalo é o Senado, com 181 diretores.
Eu conheço aquela Casa, não precisa disso”, criticou.
A justificativa de hoje é a mesma de quatro anos atrás, quando já defendia o nepotismo: “Quem é parente de político não pode ser alijado por isso.
Ela é uma pessoa competente, é a minha salvação aqui.
O que não pode é dar emprego para filho, parente parasita, aquele que come e dorme, não trabalha.
Isso aqui eu não admito”, sustentou.
Olga tem um longo histórico de colaboração com a carreira política de Severino.
Enquanto ele foi deputado, ela atuou na Coordenação de Registro Funcional da Câmara, recebendo um salário de R$ 7.503,00, o mais alto entre os cargos de natureza especial (CNEs) da Casa.
Agora, como secretária de finanças, é o braço direito de Severino.
Os parentes de Severino têm sorte.
João Alfredo tem problema crônico de desemprego e 48 % da população é analfabeta.
Indicações de confiança O prefeito de João Alfredo também se orgulha das indicações políticas que fez para levar dois de seus filhos a cargos políticos em Pernambuco.
José Maurício Valladão Cavalcanti ocupa desde 2005 a chefia da Superintendência do Ministério da Agricultura em Recife.
A filha, Ana Cristina Cavalcanti, ex-deputada estadual, ocupa hoje a presidência do Instituto de Recursos Humanos (IRH) do estado. “O Zé Maurício é muito querido e respeitado por todos lá.
Tanto que entra ministro sai ministro e ele continua no cargo.
A Ana também.
Pegou o Instituto com seis meses de déficit e hoje está tudo quitado”, falou, defendendo a cria. “Ela é quem cuida da saúde dos servidores do estado de Pernambuco.
Tenho filhos competentes e dei sorte que minha nora também é boa”, ressaltou.
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