Por Maurício Gomes Angelo Se, de fato, os integrantes da banda estão acima da média no mundo da música – e são considerados sobrenaturais por seus seguidores – a banda sempre soube alimentar isso de maneira ímpar.
Eles talvez sejam o melhor exemplo de banda que conseguiu unir música, letras e identidade visual – importantíssima – para criar um mundo a parte.
A sua seita.
O seu clã.
O Iron é sinônimo de heavy metal, com tudo de bom e ruim que isto traz.
Brasília, assim como Manaus, Belo Horizonte e Recife, nunca tinha recebido um show do grupo.
Isso, claro, deixa este “culto” com contornos ainda mais históricos, de comoção assombrosa.
Aqui na Terra os integrantes do Maiden sabem que não são deuses, e tocam o negócio – a banda – de maneira exemplar para atender da melhor forma possível a todos seus clientes – fãs.
Entenda, leitor apressado, isso não é negativo.
Minhas estimativas (calculada com base no preço médio dos ingressos, o público presente em cada cidade e em vários outros fatores) indicam que apenas esta turnê no Brasil, com seis shows, movimentará algo em torno de R$ 25 milhões.
Metal contra a crise.
Ainda que o grosso desse lucro vá, naturalmente, para o bolso de bem poucos.
E se Brasília tem, disparada, a maior renda média do país (por volta de R$ 2.000 por pessoa), o público pagou por isso.
O ingresso na capital federal foi praticamente o DOBRO do cobrado em São Paulo.
A inteira da pista premium custava R$600 e o ingresso mais barato, a meia da arquibancada, R$70.
Valores abusivos e inaceitáveis que geraram até reclamações no Procon e uma tentativa de intervenção que – advinhem – não deu em nada.
O fã animal precisa entender que não é o caso de discutir se o show vale ou não os R$ 600.
Muitos concertos, como o do Iron, literalmente não tem preço.
Não há como mensurar o valor de um pedaço da história.
Isso não significa, contudo, que os fãs precisam ser roubados.
No estilo de música em que sabidamente boa parte do seu público é composto por pessoas de classe média baixa, no show da maior expressão atual do metal, por ironia e ganância, pobre não entra.
Ou dá a vida e arruma o que não tem, ou não vê.
Muito democrático.
Leia aqui a resenha completa.