Da Agência Estado “Em nenhum momento perdi a esperança e deixei de acreditar na Justiça brasileira”.

A afirmação foi feita pela empresária Eliana Tranchesi, em uma carta divulgada neste sábado, 28.

A dona da Daslu deixou a Penitenciária Feminina da Capital, no Carandiru, na zona norte de São Paulo, pouco antes das 20 horas de sexta-feira, 27.

A ordem para soltá-la partiu do desembargador Luiz Stefanini, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, e do ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Og Fernandes também revogou a prisão irmão de Eliana, Antonio Carlos Piva de Albuquerque, e de Celso de Lima, dono da importadora Multimport, que estavam no Centro de Detenção Provisória (CDP) III de Pinheiros, na zona oeste.

Eliana escreveu a carta já em sua casa, no Morumbi. “Sinto que poderei retomar minha vida e tentar, na medida do possível, voltar ao normal. É uma boa sensação, que partilho com meus filhos,minha família, meus amigos e equipe Daslu”, afirmou.

Presa na quinta, 26, pela Polícia Federal após a Justiça condená-la a 94 anos e 6 meses de prisão por crime de sonegação fiscal e contrabando, Eliana ressaltou que a Daslu é uma referência de moda, reconhecida internacionalmente. “Não é pouca coisa e exige muito trabalho e dedicação.

Gera muitos empregos diretos e indiretos.

Mas quero fazer mais”.

Ela explicou que conversará com a imprensa assim que se “recuperar deste trauma” e for liberada pelos médicos.

Veja a carta na íntegra: “A Justiça acaba de me conceder habeas corpus.

Saibam que em nenhum momento perdi a esperança e deixei de acreditar na Justiça brasileira.

Sinto que poderei retomar minha vida e tentar, na medida do possível, voltar ao normal. É uma boa sensação, que partilho com meus filhos,minha família, meus amigos e equipe Daslu.

Na Daslu o clima é de solidariedade.

Meu agradecimento a todos pelas mensagens de carinho e orações.

Essa rede alcança todos os que se veem em situações difíceis.

A Daslu é uma família.

Seu valor maior é o respeito ao outro, a sua integridade e a sua humanidade.

Meus agradecimentos se estendem à imprensa e a todos os jornalistas que me procuraram para escrever suas reportagens e dar espaço para que eu manifestasse minha posição.

Incluo também os clientes e os amigos, que incentivaram correntes de apoio.

Fiquei emocionada também ao saber que a comunidade Coliseu se manifestou ao demonstrar seu apoio a mim, pessoalmente.

Nosso trabalho na Coliseu começou quando nos mudamos para a Vila Olímpia.

Posso assegurar que a Daslu foi a primeira empresa das imediações a se perguntar o que poderia fazer por aquela comunidade.

A Daslu é uma referência de moda, reconhecida internacionalmente.

Não é pouca coisa e exige muito trabalho e dedicação.

Gera muitos empregos diretos e indiretos.

Mas quero fazer mais.

Cresceremos mais, com a garra e a dedicação de toda uma enorme rede de pessoas que gostam da loja: colaboradores; clientes; gente do mundo da moda, no Brasil e no exterior; gente que nem conheço, mas a quem agradeço por suas orações e pelo pensamento positivo durante todo esse tempo.

Assim que eu me recuperar deste trauma e for liberada pelos médicos, voltarei a conversar com vocês.

Peço que compreendam meu estado e meu cansaço.

Muito obrigada.

Eliana Tranchesi.”