Por Edmar Lyra (www.edmarlyra.com) Esta semana saiu duas pesquisas de opinião em relação a aprovação do Governo Lula.

Ambas apresentaram queda da aprovação em 5%.

Uma deu 64% e a outra 65% que aprovam o governo com ótimo/bom.

Até aí, nada de surpreendente.

Natural que o Presidente Lula perdesse um pouco de sua “gordurinha” com uma crise que está cada vez mais latente na economia brasileira e foi comprovado que ela não era apenas uma “marolinha”.

Apesar de ter perdido um pouco de sua popularidade, Lula ainda detém uma senhora aprovação do povo brasileiro, fato inédito na história desse país.

Lula é um fenômeno a ser estudado pelas próximas gerações, pois, apesar de diversos escândalos em seu governo e com a crise, o “homem” ainda continua com a aprovação lá em cima.

E o povo continua seguindo o slogan da campanha de 2006: “Deixa o homem trabalhar!”.

O Governo Lula teve a ideia da criação do Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), porém, o programa perdeu um pouco a consistência por conta da crise.

Além do mais, muitas obras do PAC estão “empacadas” porque o Governo ainda não pagou algumas obras de infraestrutura que estavam empenhadas no Orçamento.

Tal atitude faz com que as empresas prestadoras de serviço percam a confiança em novos projetos.

Por isso muitas obras do PAC que estavam previstas para serem concluídas em breve, estão sendo adiadas.

Outros projetos, como o da Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco, já foram atrasados por conta da dificuldade do Governo em gerenciar a “marolinha”.

Muitas Prefeituras e Governos Estaduais estão cortando gastos e aquelas que dependem do repasse do FPM como única fonte de arrecadação estão de cabelo em pé.

Porque, além de só terem uma fonte de renda, tiveram o aumento do mínimo de R$ 415,00 para R$ 465,00, prejudicando o funcionamento dos munícipios, e para piorar, o repasse do FPM diminuiu consideravelmente por conta da queda da arrecadação da União diante da crise econômica.

Os Prefeitos dependentes destes recursos estão, ainda mais, de “pires na mão” e o Governo não tem como atender as demandas dos Prefeitos de municípios menores.

Portanto, estes problemas terão reflexos profundos na eleição presidencial de 2010, pois, estes Prefeitos que estão se sentindo desprestigiados dificilmente irão apoiar a candidata de Lula, a ministra Dilma Rousseff, a Presidente da República, provavelmente, migrando para o candidato da oposição, no caso, o Governador de São Paulo, José Serra(PSDB).

José Serra, inclusive, aparece liderando todas as pesquisas e com folga.

Se ele conseguir o apoio do outro presidenciável, Governador de Minas Gerais, Aécio Neves e a união pregada pelos tucanos for confirmada, José Serra será um adversário muito difícil de se bater.

Inclusive, porque ele não precisa se apresentar à população.

A maioria o conhece, enquanto Dilma ainda vai precisar de muito rebolado para se tornar totalmente conhecida da população brasileira.

Além disso, se a crise continuar latente no Brasil e for reverberada nos brasileiros com uma onda de desemprego em massa, corte das ofertas de crédito, queda da demanda, entre outros, Dilma terá o bônus de ser a candidata de Lula, o Presidente mais bem avaliado da história do país, em contrapartida, terá o ônus de ser a candidata da continuidade do Governo que passou pela crise econômica que afetou em cheio o Brasil.

No Governo, a queda da aprovação de Lula precisa ser considerada como um sinal de alerta, pois, ele pode continuar a cair mais ainda, e prejudicar o projeto de continuidade do poder.

Enquanto na oposição, não se pode cantar vitória antes do tempo, nem torcer pelo “quanto pior, melhor”.

Ela precisa discutir com a sociedade alternativas para a saída da crise e que o Brasil volte a ter um bom crescimento econômico.

Além do mais, é fundamental que haja um projeto de reformas importantes para o país, como a principal de todas, a política, após os diversos escândalos que têm acontecido ultimamente.

PS: Edmar Lyra é estudante de Administração de Empresas e Secretário-Geral da Juventude Democratas Pernambuco.