Na visita ao Recife, o ministro só saiu um pouco do sério quando questionado sobre o envolvimento do seu nome com espionagem, na esteira da operação Satiagraha.

Ele fez críticas veladas ao delegado Protógenes Queiroz, declarou-se perseguido, sem nominar por quem, além de reiterar um pedido de explicações.

Ele disse que o juiz do caso, o promotor e o delegado não poderiam estar acima da lei.

Mesmo frisando que não iria julgar Protógenes, que em um dos arquivos clandestinos chama o ex-ministro de Zeca Diabo. “Não vou julgá-lo.

Se cometeu erros, quem vai dizer é a procuradoria da PF.

Mesmo discordando dos métodos, não vou julgá-lo”, afirmou. “Só que quero que me expliquem o que aconteceu.

Como é que eu fico?”.

Segundo Dirceu, todos os vazamentos para a imprensa tiveram como objetivo prejudica-lo, enquanto o que é para inocentá-lo não vaza. “Quem é que no Brasil sabe que eu fui sequer citado nas duas CPIs sobre o (ex-assessor da Casa Civil) Waldomiro Diniz?

Sou totalmente inocente.

Na CPI dos Correios não sou sequer citado.

Quem é que sabe que eu fui absolvido em Primeira Instância por improbidade administrativa e enriquecimento ilícito?”, listou o ex-ministro. “Porque é que eu sou um dos quatro investigados na Operação Satiagraha se você lê o inquérito e não vê nada a não ser um relatório que troca o nome de dois funcionários do (secretário do presidente Lula) Gilberto Carvalho, da jornalista Andréa Michael, e o meu nome.

Eu não aceito desrespeito.

Sou totalmente favorável a todas operações que a PF fez, que o Ministério Público faz, mas não pode sair da lei.

Não pode ter abuso de autoridade, fazer relatório falso, vazar informação para a imprensa”, reclama Dirceu.

Dirceu disse, sem citar nomes, que jornais e revistas também foram interceptados por gravações clandestinas.