O primeiro compromisso, não oficial, de José Dirceu no Recife foi um café da manhã com o governador Eduardo Campos, na manhã deste sábado.
O ex-ministro informou que, além de questões partidárias e eleições 2010, a conversa do encontro girou em torno da crise econômica e os seus efeitos nos Estados.
Há queda acentuada da arrecadação. “Eu defendo um programa de ajuda aos estados”, observou Dirceu. “O governo precisa acelerar as obras, diminuir os juros.
Essas são as alternativas.
O BC já vem reduzindo os juros e vai reduzir mais”.
José Dirceu também defendeu redução do superhávit primário (economia feita para o pagamento dos juros) e o uso dos compulsórios para enfrentar a crise no crédito.
Em palestra no Recife Praia Hotel, o ministro mostrou-se otimista e disse acreditar que o PIB do Brasil vai crescer até 3% no final do ano. “Será um crescimento positivo e raro.
O mundo todo está caindo”.
Entre as ações que o ministro sugere ao governo federal como necessária, consta a ampliação dos empréstimos para as pequenas e médias empresas, de modo a aliviar a crise no crédito.
O dinheiro viria dos R$ 230 bilhões dos compulsórios, segundo José Dirceu.
A atuação dos bancos, no cenário nacional, também foi criticada pelo ex-ministro. “O problema dos bancos é que eles não estão fazendo o papel deles.
Não pode ficar só em posição de tesouraria (com dinheiro em caixa)” Apesar da reclamação, o ex-ministro afirmou que espera que os juros básicos da economia sejam rebaixados para 9% ao ano até o final do ano.
Ele disse que o BC errou na calibragem nos juros em 2007 e 2008, mas o efeito colateral bom é que não há inflação alta neste ano de 2009. “A democracia é assim.
O presidente tem que olhar o Brasil.
Para nós, é fácil criticar”, justificou, ao ser questionado sobre o ritmo da redução dos juros sob o governo Lula.