por Sérgio Montenegro Filho, no blog www.polislivre.blogspot.com A oposição tinha mesmo que comemorar a queda da popularidade do presidente Lula nas pesquisas divulgadas ontem.

Afinal, sem fôlego para contestar as ações do governo, por ser minoritária, aposta no desgaste natural - acentuado pela crise econômica - para chegar em 2010 com munição suficiente para dar combate à candidatura governista, provavelmente a da ministra Dilma Rousseff (PT).

A estratégia foi admitida pelo senador Sérgio Guerra, presidente nacional do PSDB.

Para o tucano, a crise, somada à gritaria do governo - que segundo ele, fala muito mais do que realmente faz - serão instrumentos valiosos para a oposição na campanha, porque farão com que Lula perca força política.

Sem querer ser clichê, e já sendo, é o velho chavão de apostar no “quanto pior, melhor”.

Afinal, se o governo consegue vencer os efeitos negativos da crise e, ao mesmo tempo, tocar concretamente as obras e ações que iniciou, melhor para a população.

Ou não? É claro que o objetivo maior de todo partido é o poder.

Mas chegar a ele investindo no sacrifício do próprio povo é, no mínimo, não merecê-lo.

Mais correto seria oferecer alternativas melhores que as implementadas pelo governo, dando ao eleitor a oportunidade de escolher entre a continuidade do que está sendo feito ou apostar em algo ainda mais arrojado.

A oposição, inclusive, torce pelo no fracasso do governo Lula também para reconquistar o poder em Pernambuco, um dos Estados onde o Planalto mais investe em ações federais, sobretudo do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A “quebra” do governo Lula, por tabela, enfraqueceria a gestão de Eduardo Campos (PSB), até agora bem avaliada pela população, facilitando o discurso adversário.

A perspectiva oposicionista é, de fato, sombria.

Sem muito para criticar, se arma com uma expectativa negativa, em busca de assumir o comando e, assim, mostrar que sabe fazer melhor do que os adversários.

Se o fizer, não estará fazendo mais que sua obrigação, já que jogou fichas tão altas na briga pelo poder.

Mas se não o fizer, terá sacrificado um projeto em andamento que poderia ter dado certo, com uma maior colaboração de todos.

Mas isso seria ir contra a natureza antropofágica da política brasileira.