A direção da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) parou hoje para ouvir as queixas, críticas, propostas e também explanações envolvendo a Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).
Durante audiência pública sobre reajuste tarifário, realizada na manhã desta quinta (19) em auditório da Católica, representantes do Governo, da Celpe, entidades, políticos e consumidores indignados protagonizaram um falatório que durou mais de três horas - com direito a baixaria.
De deputado que gritava forazmente só para chamar atenção, a consumidor que apelava pelo bom senso.
A audiência foi marcada principalmente por contestações, em particular por parte do Governo do Estado, representado pelo Secretários de Desenvolvimento Econômico, Fernando Bezerra Coelho, e de Recursos Hídricos, João Bosco.
O presidente da Fiepe, Jorge Côrte Real, também falou em prol dos empresários. (Governo diz que custos da Celpe estão inflacionados).
Criticaram a nota técnica da Aneel, questionaram os lucros e investimentos da Celpe, a qualidade do serviço prestado pela companhia.
Na defesa, José Humberto Castro, diretor-presidente da companhia, baseou-se em dados.
Foi um dos primeiros a falar, e trouxe estatísticas de aprovação do serviço prestado e citou as perdas. (Celpe teve lucro de R$ 5,8 mi para R$ 4 mi pagos em impostos).
A Aneel tinha divulgado um reajuste médio de 5,44%, sendo 1,57% para o cliente residencial, 11,77% para as grandes indústrias, 12,81% para as indústrias médias e 5,35% para pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais.
A revisão média da conta, no entanto, pode ficar em uma redução de 1,5% a 2% este ano.
A Aneel anunciou depois a possibilidade de dividir os componentes financeiros que entram no cálculo do aumento do próximo reajuste.
A decisão sobre o reajuste acontece no dia 29 de abril, em reunião da agência reguladora em Brasília.