Conta de energia pode ser reduzida No caderno de Economia de hoje do JC A revisão média da conta de energia da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe) poderá ficar em uma redução de 1,5% a 2% este ano.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) analisa a possibilidade de dividir os componentes financeiros que entram no cálculo do aumento do próximo reajuste da conta de luz.

Esses componentes financeiros somam R$ 323 milhões que seriam pagos pelos pernambucanos no aumento deste, marcado para vigorar no dia 29 de abril.

Antes de falar no parcelamento dos componentes financeiros, a Aneel tinha divulgado um reajuste médio de 5,44%, sendo 1,57% para o cliente residencial, 11,77% para as grandes indústrias, 12,81% para as indústrias médias e 5,35% para pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais.

A cobrança dos R$ 323 milhões trazem um impacto de 13,03% na composição da tarifa.

O que está sendo estudado pela agência é dividir os 13% da seguinte forma: 6,5% que seriam cobrados este ano e outros 6,5% no reajuste de 2010.

Se esses componentes financeiros não existissem, a conta de luz dos pernambucanos teria uma revisão negativa média de 7,59%, segundo números mostrados ontem pelo superintendente de regulação econômica da Aneel, Davi Antunes, durante uma reunião com representantes do setor industrial, na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe). “Dividir esses componentes financeiros é ruim, porque a gente ainda fica devendo”, comentou o secretário estadual de Recursos Hídricos, João Bosco Almeida, que também é coordenador do grupo de trabalho criado pelo governo do Estado com a finalidade de acompanhar o aumento da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

Bosco é chesfiano e conhece bem o setor elétrico.

O estudo feito pelo grupo de trabalho que defende uma redução de 10,79% na conta de energia e questiona algumas das despesas da Celpe que foram aceitas pela Aneel no cálculo do reajuste. “Vamos sugerir à Aneel que sejam retiradas várias despesas que poderiam resultar numa tarifa menor para o consumidor”, comentou Bosco, acrescentando que, no Ceará, a segunda revisão tarifária resultou numa redução de 13% da conta de luz.

Revisão tarifária é o aumento que ocorre na conta de luz a cada quatro anos, quando são revistos ingredientes que entram no cálculo da tarifa, como as perdas, os ganhos de eficiência, o aumento do mercado, entre outros.

Dos R$ 323 milhões que estão sendo cobrados agora, cerca de R$ 201 milhões foram gerados na primeira revisão tarifária da Celpe, que ocorreu em 2005, sendo R$ 160 milhões de custos que podem ser gerenciados pela distribuidora (como investimento, pessoal e manutenção) e R$ 40 milhões são da energia que a Celpe comprou da Termopernambuco.

Naquele ano, foi cobrado um aumento de 24% e mais 8% deveriam ter sido divididos em três anos (2006, 2007 e 2008).

No entanto, no ano passado, não foi cobrada essa última parcela, que foi adiada para o aumento de 2009.

Se isso tivesse ocorrido em 2008, o reajuste médio da conta de energia teria sido de 10,63% e, agora, haveria uma redução de 2,96, de acordo com a Aneel.