A briga entre privatistas e estatistas, em Pernambuco, tem um ingrediente a mais, que explica a rivalidade entre os jarbistas e eduardistas.

Os socialistas nunca perdoaram Jarbas por ter conseguido barrar a venda da Celpe, pelas mãos do ex-governador Miguel Arraes.

Além disto, para vedar a milionária antecipação do BNDES, os jarbistas sujaram o quanto puderam a imagem de Eduardo com a história dos precatórios.

Jarbas ganhou as eleições e ainda vendeu a Celpe.

Dor de cotovelo na certa e em dose dupla.

O troco veio só em 2006, com a vitória de Eduardo, por ironia com a estratégia montada pelo ex-governador.

Em reuniões reservadas, Arraes dizia que a venda da Celpe seria a operação dos precatórios de Jarbas.

Não deu outra.

Esse pano de fundo ajuda a explicar a disputa sem fim entre os dois grupos políticos do Estado.

Uma pena que a audiência pública, neste contexto, não sirva ao esclarecimento, nesta briga de surdos.

Cada qual só ouve o que quer.