O ex-governador do Distrito Federal, o pernambucano Cristóvam Buarque, no livro de memórias de Fernando Lyra, Daquilo Que Eu Vi, cita um comício de 1978, no Recife, para destacar as qualidades de orador de Fernando Lyra, de quem foi chefe de gabinete no ministério da Justiça. “Ali estava um dos melhores palanqueiros que o Brasil já teve”, elogia.

Na última campanha eleitoral, Eduardo Campos fez uso do aliado.

Até João da Costa, quando no meio do fogo cruzado com os democratas que lhe pediam a cabeça ao TRE, por abuso da máquina, também não titubeou e o chamou para o guia eleitoral.

O amigo destaca a ousadia de Lyra por ter articulado a opção Tancredo Neves no quintal da Ditadura. “Participei do debate, via as resistências, ouvi as críticas.

Eram todas contra a defesa do caminho pelo Colégio Eleitoral.

Mesmo assim, persistiu, tanto no convencimento doa aliados, como na atração do próprio Tancredo que, no princípio, não parecia acreditar muito na alternativa.

Nem querer renunciar ao mandato de governador de Minas, com pouco mais de apenas um ano no governo para a impossível aventura de disputar a presidência no quintal da ditadura, o colégio eleitoral”. “Enfrentar a Ditadura era mais fácil do que enfrentar os que estavam acostumados à idéia das Diretas como o único caminho para a democracia”.

Numa fala ao colunista Paulo Sérgio Scarpa, do JC, Lyra disse que o livro deveria ser lido nas linhas e entrelinhas.

Bem maroto, não?.

Pois bem.

Tancredo Neves tem como neto Aécio Neves, que já sabe que não terá vez no PSDB para José Serra e vive sendo cantado por outros partidos.

Arraes deixou como herdeiro político justamente Eduardo Campos.

Na publicação, Lyra lembra que o golpe militar foi precipitado por Minas Gerais e também para Minas Gerais, mas em sentido oposto (Tancredo), é que o Brasil se mostrou a melhor opção para liderar o país de volta á dmeocracia, depois de tanto tempo de jejum forçado na escolha do seu presidente da República. “”Ainda não pelo voto direto, como queríamos, mas com a legitimidade das massas”.

Numa suprema ironia do destino, outro presidenciável atual como Aécio Neves, na época, no dia do golpe inclusive, era presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e protestava contra o movimento militar e convocava os estudantes a reagir.

O nome é José Serra.