Da Agência Brasil O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), minimizou hoje (12) os escândalos surgidos após sua eleição, pela terceira vez, para a presidência da Casa.
Ele defendeu que o Senado é transparente e o que vem ocorrendo desde fevereiro seria prova disso. “Não tem caixa preta nenhuma.
Todas as nossas decisões são tomadas à luz do dia, com a presença da imprensa.
Há uma diferença muito grande entre o Poder Legislativo e o Executivo e Judiciário, porque nossas decisões são públicas e é por isso que sofremos essa crítica permanente”, argumentou o presidente do Senado. “Estamos sendo o boi de piranha”, disse Sarney. “Enquanto tudo passa, ficamos na frente e os grandes problemas não estão surgindo.
Estão se discutindo pequenas coisas”, completou o peemedebista.
Desde a eleição de Sarney para a presidência do Senado, quatro episódios marcaram as discussões políticas na Casa.
Primeiro, o diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, deixou o cargo, após 14 anos, devido a denúncias de que não teria declarado à Receita uma mansão, em Brasília, no valor de R$ 5 milhões.
Depois, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmou que integrantes do seu partido eram corruptos.
Ainda surgiram problemas relacionados à suposta má utilização da verba indenizatória pelos senadores.
Por último, descobriu-se que o Senado gastou com o pagamento de horas extras a seus funcionários, em janeiro deste ano, durante o período de recesso parlamentar, um valor entre R$ 6 a R$ 8 milhões.
Perguntado se o Senado precisaria ser passado a limpo, Sarney se mostrou contrariado. “O que é ser passado a limpo.
Quero defender o Senado.
O Senado tem cumprido rigorosamente com todos os seus deveres.
Estamos resolvendo mais que os outros [Poderes], mas não podemos evitar que ocorram desvios, como em todo lugar.” O presidente do Senado acrescentou que a Casa deve “implantar imediatamente” o ponto eletrônico para controlar as horas extras dos funcionários. “Uma coisa que já está praticamente decidida é o ponto eletrônico para marcar as horas extras em relação aos funcionários dos gabinetes.
Cada senador vai controlar os funcionários.
Essa é uma decisão da primeira-secretaria que eu estou completamente de acordo.”