Da Agência Estado Mesmo congressistas contrários ao aborto criticaram ontem a atitude de d.

José Cardoso Sobrinho, arcebispo de Olinda e Recife, que tornou pública, semana passada, a excomunhão automática da equipe médica que interrompeu a gravidez de uma menina de 9 anos, violentada pelo padrasto havia três anos.

A mãe da garota também foi alvo da sanção, por autorizar o procedimento.

Parlamentares que participaram ontem de um encontro de legisladores pela vida foram unânimes ao condenar o aborto a que foi submetida a menina.

Porém, eles ponderaram que a excomunhão é uma pena extrema diante da excepcionalidade do caso.

O deputado católico Zenaldo Coutinho (PSDB-PA) colheu assinaturas para o pedido de reconsideração, que vai encaminhar ao clérigo.

Estudioso do direito canônico, Coutinho citou artigos atenuantes do próprio Código de Direito Canônico.

Um deles fala em “estado de necessidade”.

A ideia causou nova polêmica.

O deputado Doutor Talmir Rodrigues (PV-SP) pediu que os colegas retirassem as assinaturas.

Ele disse que a menina poderia “ser bem acompanhada e ter feito cesariana prematura, se fosse necessário, o que salvaria a vida das crianças e da mãe”.

Representantes dos Conselhos Regionais e Sindicatos de Medicina do Nordeste divulgaram nota de apoio à conduta da equipe da equipe médica ao realizar o aborto na menina. “Tal procedimento caracteriza um aborto legal, correto e irrepreensível do ponto de vista técnico e ético”, diz o texto.

As informações são do jornal O Estado de S.

Paulo.