Do Estadão O economista americano Joseph Stiglitz afirmou nesta quinta-feira, 12, em Genebra que o Brasil possivelmente entrará em recessão. “Tecnicamente uma recessão significa dois trimestres de queda no PIB.

Com a economia mundial no ritmo que está a possibilidade disto é alta”, disse.

Stiglitz alerta ainda que a queda da taxa de juros promovida ontem pelo Banco Central não seria suficiente para reverter a situação. “O Brasil tem um sistema financeiro peculiar.

A queda pode ter sido importante, mas a taxa permanecem sendo uma das maiores do mundo”.

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu cortar em 1,5 ponto a taxa básica de juros da economia, que agora está em 11,25%.

O Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre de 2008 registrou uma queda de 3,6% em relação ao período anterior.

Se a previsão de um dos economistas para o momento foi confirmado, o Brasil já entraria em recessão no final deste mês.

No quarto trimestre de 2008, a queda na economia brasileira foi a pior entre todos os países que formam o Brics (India, China e Rússia, além do próprio Brasil).

A queda também é superior à contração da economia europeia, um dos epicentros da crise. “Primeiro tentaram nos convencer de que a crise não atingiria a Europa, depois que não faria sofrer aos países em desenvolvimento.

Hoje, com os dados que vemos do Brasil e de outras economias, está claro que estamos entrando na primeira grande recessão do período pós-Guerra Guerra Mundial”, disse.

Com a queda do desempenho de Estados Unidos, Europa e Japão, as exportações de países emergentes estão desabando.

Nesta semana, a China alertou que a redução de 25% em suas vendas era a maior desde que o país começou a abrir sua economia, nos anos 70.

No Brasil, os efeitos também serão sentidos.

Além da situação internacional, Stiglitz alerta que o Brasil ainda sofrerá com a queda nos preços das commodities. “Os preços internacionais ainda estão baixos, o que vai contribuir para enfraquecer a economia (brasileira)”, disse.