Foi com surpresa que, ao chegar a Brasília, constatei a agilidade do Presidente Sarney em provocar não só a Polícia Federal (o que fez pessoalmente em seu Gabinete) como também o Ministério Público e a Corregedoria do Senado, que, com rapidez digna de registro, instaurou sindicância e comunicou o fato ao meu Gabinete antes mesmo da leitura do ofício em Plenário.
Tudo isso mereceria meu sincero elogio, não fosse por dois reparos que merecem ser feitos: Senhor Presidente, Senador José Sarney, o seu ofício dirigido ao Dr.
Antonio Fernando de Souza, Procurador-Geral da República e ao Ministro da Justiça, Tarso Genro, não retrata a verdade dos fatos.
Vossa Excelência procura, não sei com que objetivo, distorcer a matéria da Veja, e por consequência, minhas declarações ao afirmar que denunciei uma investigação contratada por integrantes do PMDB.
Não fiz em momento algum esta declaração, não citei o Partido, sua direção ou qualquer de seus integrantes, apesar de haver sido ameaçado publicamente por vários deles.
Só acusaria alguém se possuísse provas e custo a acreditar que tal iniciativa pudesse ter origem no Senado Federal.
O segundo reparo que tenho a fazer às providências adotadas por Sua Excelência diz respeito à iniciativa e agilidade adotadas neste caso, em detrimento de tantos outros que ocorreram nos últimos dias.
Espero que não só este Senador, mas todos os demais tenham o privilégio de contar em seu favor com o interesse da Presidência do Senado em usar de todos os instrumentos a seu alcance para restabelecer a verdade dos fatos quando integrantes desta Casa e seus familiares mais próximos forem vítimas de escuta clandestina ou vazamento de investigações da Polícia Federal e do Ministério Público.
Este é o caso de fatos ocorridos durante o desgastante episódio envolvendo o então Presidente Renan Calheiros, no segundo semestre de 2007.