O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) apresenta nesta segunda-feira (9), no plenário da Câmara, requerimento pedindo a prorrogação da CPI dos Grampos por mais 60 dias.
Segundo ele, sua proposta se torna irrecusável após as denúncias veiculadas no final de semana pela revista Veja de que o delegado Protógenes Queiroz investigou clandestinamente a vida da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador José Serra e até um dos filhos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Entendo que os casos revelados pela revista são de extrema gravidade e, se comprovados, atingem o coração das instituições democráticas deste país.
Por isso há necessidade urgente de prorrogação dos trabalhos, até porque o inquérito que a revista se baseou para elaborar a matéria se encontra em poder da CPI”, ressaltou o parlamentar, que é membro da CPI dos Grampos e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara.
Segundo a revista Veja, partindo de uma investigação para apurar um esquema de lavagem de dinheiro que seria comandado pela banqueiro Daniel Dantas, o delegado Protógenes Queiroz transformou a operação Satiagraha num verdadeiro esquema ilegal de arapongagem clandestina, que atingiu até o presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes.
Para Jungmann, “a Câmara não pode abrir mão de atuar nesse caso, ainda mais quando tem em mãos uma CPI em andamento, que é o principal instrumento de fiscalização do legislativo”.
Oposição apoia prorrogação Os partidos de oposição já confirmaram apoio ao pedido de prorrogação que será apresentado por Jungmann na primeira sessão do plenário da Câmara desta semana.
O deputado conversou com os líderes do PPS, Fernando Coruja, do PSDB, José Anibal, e do DEM, Ronaldo Caiado.
Todos foram unânimes em afirmar a necessidade da continuidade e aprofundamento dos trabalhos da comissão. “Nesta terça-feira (10) pela manhã vamos nos reunir para tratar da votação do requerimento que pede a prorrogação da CPI.
A ideia é conversar com líder governistas para que essa ação seja feita em consenso.
Até porque esse esquema de grampos ilegais ameaça a oposição e o governo.
Basta ver os alvos do delegado Protógenes, que vão do filho do presidente Lula, da ministra Dilma até os senadores de oposição Demóstenes Torres e Heráclito Fortes”, ressalta o parlamentar.
O deputado acredita que, se confirmadas as denúncias, “o dossiê do delegado Protógenes pode se configurar no maior esquema de arapongagem ilegal já executado no país”.
Jungmann informou ainda que a reunião do presidente da Câmara com os integrantes da CPI dos Grampos, marcada inicialmente para às 16 horas desta segunda-feira, foi transferida para amanhã (terça-feira), em horário a ser definido.