MENSAGEM DO PRESIDENTE A Petrobras atravessou com tranquilidade o turbulento ano de 2008, venceu desafios tecnológicos e financeiros, e obteve resultados gratificantes, como as importantes descobertas de petróleo na camada pré-sal e o lucro líquido recorde de R$ 33 bilhões, 53,3% a mais do que em 2007.

A crise econômica internacional, que acarretou escassez de crédito e forte instabilidade nas cotações do petróleo no segundo semestre, não afetou nosso potencial de investimento.

Expandimos os recursos previstos no novo Plano de Negócios, mantendo metas agressivas.

Desta maneira, continuaremos bem posicionados, com reservas significativas de óleo e gás, e um expressivo volume de produção para atender à demanda brasileira e mundial por petróleo.

A eficácia das estratégias econômicas, financeiras e operacionais adotadas ao longo dos anos faz da Petrobras uma empresa sólida, capaz de enfrentar o atual momento de incertezas no mercado mundial.

Em 2008 incorporamos relevantes medidas de controle de custos e mantivemos os princípios de disciplina de capital.

Dessa forma, podemos assegurar a execução de nossos projetos e consolidar as perspectivas de crescimento da companhia.

O aumento dos preços médios de petróleo e derivados no mercado internacional e de derivados no mercado doméstico, aliado ao crescimento no volume de vendas, elevou a receita operacional líquida a R$ 215,1 bilhões, ou seja, um aumento de 26,1% em relação a 2007.

A produção de petróleo e gás natural no Brasil e no exterior atingiu 2.400 mil boed, o que representa crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior.

Destacaram-se o início da produção de petróleo na camada pré-sal na Bacia de Campos, no campo de Jubarte, e a produção de gás natural no País, que chegou a 51,1 milhões de m3/dia, 17,8% acima do verificado em 2007.

Mesmo com o continuado aumento da produção, nossas reservas provadas de óleo, condensado e gás natural, no Brasil e no exterior, atingiram 15,08 bilhões de boe em 31 de dezembro de 2008, segundo critério da Society of Petroleum Engineers (SPE).

Do total dessas reservas, 93% estão em território brasileiro, onde o índice de reposição foi de 123%, ou seja, agregamos a nossas reservas 23% de petróleo a mais do que toda a produção ao longo do ano.

Os volumes apropriados não incluem as descobertas realizadas no pré-sal da Bacia de Santos, ainda em avaliação.

Os investimentos da Petrobras atingiram o marco histórico de R$ 53,3 bilhões, superando em 17,8% os valores de 2007, com ênfase na ampliação da capacidade futura de produção de petróleo e gás natural no País.

Do total investido, 49,1% concentraram-se na área de Exploração e Produção, cujos destaques foram as relevantes descobertas no pré-sal da Bacia de Santos, proporcionando maior conhecimento da região.

Em 2009, será realizado o primeiro teste de longa duração no campo de Tupi, e em 2010 será instalado um sistema piloto com capacidade para produzir até 100 mil bpd.

São os primeiros passos que levarão à mudança de perfil da produção da companhia, que passará de forma gradual do óleo predominantemente pesado da Bacia de Campos para o óleo mais leve do pré-sal.

Isso representa um notável ganho de valor para a companhia, já que o petróleo leve é comercializado a preços mais altos que o petróleo pesado.

A manutenção de uma estrutura integrada faz parte da estratégia de longo prazo da Petrobras.

Por isso, investimos em todos os segmentos da cadeia de petróleo e gás para valorizar nossa produção.

A área de Abastecimento recebeu 22,5% dos investimentos, destinados basicamente à adaptação de unidades de refino para processamento do óleo pesado nacional, aos programas de qualidade dos derivados e à ampliação da capacidade de refino.

A companhia também consolidou sua presença na área petroquímica – segmento estratégico para diversificar a oferta de produtos – por meio de novas incorporações.

Os investimentos em Gás e Energia absorveram 13,5% do total efetuado pela companhia, recursos direcionados principalmente à ampliação da malha de gasodutos e à construção dos terminais de regaseificação de GNL.

Em 2008, batemos nosso recorde de geração de energia elétrica para o Sistema Integrado Nacional (SIN), gerando 2.025 MW médios no ano, 253% a mais do que em 2007.

Na Distribuição, mantivemos a liderança no mercado e ampliamos ainda mais nossa participação, que chegou a 34,9% do mercado no final do ano.

Além disso, foi criada a Petrobras Biocombustível S.A., subsidiária integral da companhia, com o objetivo de desenvolver a comercialização de etanol e a produção de biodiesel, e consolidar nossa atuação nesse segmento.

Fortalecemos nossa presença internacional concluindo a compra da Nansei Sekiyu Kabushiki Kaisha (NSS), cujos principais ativos são uma refinaria e um terminal de produtos no Japão.

Arrematamos 23 blocos na faixa norte-americana do Golfo do México e seremos operadores em 15 desses blocos.

Também assinamos um acordo para a compra da participação da ExxonMobil na Esso Chile Petrolera, o que nos garante participação num dos mais rentáveis mercados da América do Sul.

Com atuação em 27 países, a companhia destinou 11,5% dos investimentos às atividades internacionais, a maior parcela para exploração e produção.

O compromisso da Petrobras com o desenvolvimento tecnológico se reflete no volume de recursos destinados às atividades de P&D, que em 2008 atingiu R$ 1,7 bilhão, mantendo o patamar de 2007.

Os resultados têm sido decisivos para nosso avanço no desenvolvimento de projetos para a exploração e produção de petróleo, principalmente para as recentes descobertas no pré-sal e para o aperfeiçoamento de nossa capacitação no refino de óleo pesado.

Todas as nossas operações são pautadas pela preocupação com segurança, meio ambiente e saúde (SMS).

Em 2008, foi evitada a emissão de 930 mil toneladas de dióxido de carbono.

A partir de janeiro de 2009, a companhia coloca no mercado o Diesel S50, com menor teor de enxofre, seguindo cronograma acertado com o Ministério Público.

Comprometida com o desenvolvimento sustentável, a Petrobras tem sua atuação pautada por princípios de transparência e responsabilidade social e ambiental.

O bom desempenho nessa área manteve a companhia, pelo terceiro ano consecutivo, no Dow Jones Sustainability Index (DJSI).

Com o objetivo de elevar a liquidez de seus ativos mobiliários, a Petrobras realizou um desdobramento de ações e dos recibos negociados no mercado americano.

No final de 2008, a base de acionistas da companhia se aproximou de 1 milhão de investidores, incluindo cotistas de fundos de investimentos e aplicadores de recursos com o FGTS.

O Plano de Negócios 2009-2013 prevê investimentos de US$ 174,4 bilhões, um aumento de 55% em relação ao anterior, e incorpora US$ 28 bilhões destinados a exploração e desenvolvimento das descobertas de petróleo na camada pré-sal.

Apesar da crise econômica internacional e da instabilidade dos preços do petróleo, a Petrobras mantém metas audaciosas de crescimento, pois conta com uma carteira de projetos bem estruturados e de elevado retorno.

Os recursos para a execução dos projetos estão assegurados tanto pela geração própria de caixa, quanto por financiamentos.

Qualificada como “grau de investimento” pelas agências de certificação de risco, a excelente perspectiva de crescimento garante à companhia acesso a diversas fontes de captação nos mercados de capital e bancário, além das agências de fomento, mesmo no atual cenário de escassez de crédito.

A Petrobras acredita estar no caminho certo para alcançar o que definiu como sua Visão 2020: ser uma das cinco maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida por seus públicos de interesse.

José Sergio Gabrielli de Azevedo Presidente da Petrobras