A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco manifestou hoje, através do seu presidente em exercício, Eduardo Pugliesi, a sua preocupação com os recentes assassinatos cometidos contra advogados pernambucanos – que, em apenas 45 dias, já chegou a um total de quatro homicídios.

Para a OAB-PE, essa situação se insere no contexto maior dos problemas em relação à segurança pública – que já registra 768 assassinatos em todo Estado nesses primeiros meses de 2009 -, mas também precisa ser avaliada do ponto de vista do atentado ao Estado Democrático de Direito. “Toda e qualquer morte em Pernambuco preocupa a OAB-PE.

No entanto, preocupa ainda mais quando essa morte é de um advogado e, sobretudo, se sua motivação tem conexão com o seu exercício profissional.

Isso porque, o advogado atua como instrumento legítimo do exercício da cidadania.

Aqueles que os atingem, terminam por ferir de morte a própria cidadania brasileira”, avalia o presidente em exercício, Eduardo Pugliesi.

Em sua opinião, é preciso que fique muito claro quais foram as reais motivações das execuções recentes desses advogados pernambucanos. “Lembramos, porém, que toda e qualquer morte, seja de advogado ou não, em razão da ausência de segurança pública estatal adequada, deve ser lamentada e reprimida pela OAB-PE por seu próprio papel institucional”.

Pugliesi lembra que ele e o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Taciano Domingues, estiveram reunidos na última terça-feira (03) – logo após a execução em Arcoverde do advogado Luiz Esteves de Brito - com o secretário de Defesa Social, Servilho Paiva, e sua equipe solicitando rigor na apuração daquele caso.

Hoje, a OAB-PE também enviou ao governador do Estado, Eduardo Campos, e ao próprio secretário, ofício solicitando o empenho pessoal de ambos na apuração tanto no caso da morte em Arcoverde como do assassinato do advogado José Marcos Carvalho Filho, ocorrido ontem em seu escritório, em Olinda. “Além disso, desde a morte de Manoel Mattos, ocorrida na Paraíba, temos designado sempre um conselheiro da própria OAB-PE para acompanhar as investigações e os processos”, ressaltou o presidente em exercício.

O próprio caso do homicídio de Manoel Mattos vem sendo acompanhado de perto pelo presidente da Comissão de Assistência, Defesa e Prerrogativas da OAB-PE, Maurício Bezerra.