O repórter especial de Política do JC Sérgio Montenegro Filho acaba de estrear um novo blog, voltado para a análise dos acontecimentos da área política.

Uma boa notícia para os internautas, dada a seriedade e correção do profissional.

Boa sorte ao novo blog.

Por Sérgio Montenegro Filho, em seu novo blog, Polis Livre O que está por trás de toda aquela troca de tiros entre o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), os seus correligionários do PMDB e o deputado federal Sílvio Costa (PMN-PE)?

Se você imaginou que o tema “corrupção” é a linha mestra do alvoroço, passou perto.

Mas precisa lembrar que político, por uma questão de essência, não faz um movimento sem pensar em votos.

A luta - em pricípio solitária - de Jarbas contra a corrupção dentro do seu próprio partido e no governo Lula, a quem faz oposição, tem todos os méritos.

Afinal, o PMDB é o maior partido do País e a maior máquina de arrecadação de favores, cargos e benesses já vista.

Já o PT, agora no governo, assume o papel de fornecedor, de olho na perpetuação do poder.

Isolado na oposição em nível federal, e sem poder de fogo em Pernambuco, Jarbas aproveita a onda de moralização na qual vem surfando desde a entrevista nas páginas amarelas da revista Veja, há duas semanas, para se cacifar politicamente.

Embora tenha dito que não pretende mais disputar cargos eletivos após o término do seu mandato no Senado, ele sabe que sempre há o argumento que “político não é dono da própria vontade”, no caso de vir a ser alçado à condição de candidato ao Palácio do Campo das Princesas, pela terceira vez, a “pedido” das legendas de oposição no Estado - PMDB, DEM e PSDB - como único nome com força para enfrentar a reeleição do governador Eduardo Campos (PSB). É aí que entra Sílvio Costa.

Conhecido opositor de Jarbas desde que brigou com este, em 1993, quando um era prefeito e o outro, vereador - a briga teria sido pela não nomeação de alguns afilhados de Costa na PCR - o deputado se municiou como pôde e foi a tribuna, ontem, no mesmo dia e horário previstos para o discurso de Jarbas, atacar o senador por todos os flancos.

Não se trata de julgar o próprio Sílvio Costa, mas de procurar saber quem o muniu de informações e estimulou sua cruzada “antijarbista” na tribuna da Câmara.

Observadores mais experientes são capazes de apostar uma urna cheia de votos que a iniciativa teria partido do Palácio do Campo das Princesas. É claro que negativas virão de todas as partes, mas não impedem uma reflexão: quem é o maior desafeto de Jarbas, hoje, em Pernambuco, e que não gostaria de vê-lo disputar novo mandato majoritário?

Quem respondeu Eduardo Campos, está no caminho certo.

O governador, pessoalmente, jamais faria qualquer investida contra o adversário peemedebista.

Mas é para isso que dispõe de um séquito de assessores, e de parlamentares aliados.

Sílvio Costa bateu pesado em Jarbas, chamou-o de parasita do poder, de farsante e outros adjetivos nada elegantes.

Ficou sem resposta, porque o grupo de Jarbas o aconselhou a não polemizar.

Mas deu uma pequena mostra de como poderá ser o nível da disputa pelo governo do Estado em 2010, no caso de um enfrentamento direto entre Eduardo e seu antigo e mais acirrado inimigo.

Uma rivalidade que o governador herdou do avô, Miguel Arraes.