A Assembleia Legislativa, por meio da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, deve acompanhar a apuração do inquérito envolvendo o assassinato de quatro seguranças da Fazenda Jabuticaba, localizada em São Joaquim do Monte, no Agreste, no último dia 21.

Dois líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) são os suspeitos.

A solicitação foi feita, ontem, pelo deputado Augusto Coutinho (DEM), que repercutiu o caso juntamente com o deputado Coronel José Alves (PAN), no Plenário. “Pernambuco precisa mostrar ao Brasil que defende a Reforma Agrária, mas condena o banditismo”, destacou o integrante do Democratas.

Coutinho defendeu o Estado de Direito, condenou o repasse de verbas do Governo Federal para algumas entidades que “são apenas grupos de banditismo disfarçados de movimentos sociais” e elogiou a postura do governador Eduardo Campos (PSB), que, em entrevista ao Jornal O Globo, disse não aceitar nenhum tipo de violência. “Não vamos criminalizar o MST, mas aqueles que cometeram o crime devem pagar na cadeia”, reforçou.

Para José Alves, os poderes constituídos têm que dar um basta na situação. “O fato demonstra que o crime foi praticado de maneira vil, sórdida, covarde, por profissionais sem piedade”, protestou, condenando ainda a declaração do líder do MST no Estado, Jayme Amorim, que disse, em entrevista, que os mortos não eram pessoas comuns, mas pistoleiros violentos.

Os proprietários da Fazenda Jabuticaba conseguiram a reintegração de posse do imóvel, na última quinta-feira (19), e, no sábado, houve o conflito.

O MST alega que o crime foi cometido em legítima defesa, tese rejeitada por Coutinho e José Alves.

Desde 2005, a fazenda foi invadida dez vezes.

Hoje, aconteceu uma reunião com o ouvidor-geral do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Gersino Silva, e as partes envolvidas na tentativa de se chegar a um acordo.

Chegaram.

Os sem-terra se mandam já a partir desta quarta-feira e os donos da terra aceitam nova medição.

Após a assinatura do acordo, caso a medição indique tamanho inferior a 15 módulos, o MST assegurou que nunca mais iria ocupar a área em questão. “Se o Incra fizer a vistoria, vai sobrar terra”, declarou o coordenador do MST em Pernambuco, Jaime Amorim.

O movimento alega que o imóvel tem mais de 800 hectares.

Em apartes, os deputados Miriam Lacerda (DEM); Pedro Eurico (PSDB); Jacilda Urquisa (PMDB); os petistas Teresa Leitão e Isaltino Nascimento, além de Ceça Ribeiro (PSB) se pronunciaram. “É preciso tomar uma atitude drástica para que casos como esse não voltem a acontecer”, destacou Miriam. “Queremos que os responsáveis sejam exemplarmente punidos”, afirmou Eurico. “Todos estão preocupados com a situação”, ressaltou Jacilda. “É preciso respeitar o MST”, avaliou Teresa. “É lamentável o que aconteceu”, observou Nascimento. “Não podemos aproveitar esse momento trágico para incriminar o movimento.

O MST vem fazendo um grande trabalho de inclusão social”, destacou Ceça.

Com informações da Assembleia Legislativa