O senador Jarbas Vascomcelos empunhou, definitivamente, a bandeira da ética.
A conclusão de seu discurso é uma ironia fina.
Depois de sugerir a criação de uma agência anticorrupção, o senador defendeu a retomada do Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, que pretende acompanhar, junto aos Tribunais Regionais Eleitorais e ao Tribunal Superior Eleitoral, todos os processos relativos às denúncias de compra de votos e uso eleitoral da máquina administrativa.
O senador acabou de citar que as duas propostas constam do documento “Combate À Corrupção – Compromisso Com A Ética”, parte do “Programa de Governo 2002 Lula Presidente”.
Diz o texto da campanha eleitoral, lido em plenário: “A corrupção no Brasil tem raízes históricas, fundamentos estruturais e impregna a cultura de setores importantes do espectro social, político e econômico.
A prática de corruptos e corruptores na esfera do poder se dissemina pela sociedade, como exemplo negativo que vem de cima.
O compromisso em erradicá-la não pode se limitar a uma prática de denúncias eventuais e, muito menos, servir a fins eleitorais ou políticos imediatos.
Ela exige uma intervenção enérgica pelo fim da impunidade e requer ampla ação cultural educativa pela afirmação dos valores republicanos e democráticos em nossa vida política”. “Tomei a liberdade de incorporá-los ao meu discurso por considerar que trazem abordagens atuais, corretas e, principalmente, por nunca terem sido postas em prática pelo atual Governo”, reclama, com fina ironia.