Apesar de termos feito tudo que fizemos ainda sofremos e vivemos assim.

As ruas anunciavam um novo tempo, há muito não se via uma cidade com ânimos restaurados.

Após sete anos e três meses de um governo perseguidor que maquiava resultados, vieram nove meses de completo abandono, falta de responsabilidade com o povo e com servidor municipal e tudo isso culminou em uma explosão de sentimentos restauradores.

O ano começa com uma grave crise financeira mundial, mas nada disso diminui o sorriso, a esperança do povo que ver um sinal claro de RESSUREIÇÃO.

Correm todos, esticam as faixas, tremulam as bandeiras, cantam os jingles que ecoam na cabeça dos mais jovens até os mais idosos.

Primeira ação é emblemática, complementação de uma obra inacabada, reconstrução da nossa história, (memorial da feira) que foi esquecida nos últimos anos.

Escuto algumas palavras, abro a porta com o sol ainda nascendo, mas vejo o nosso líder político junto a assessores planejando o nosso futuro, é a alvorada do desenvolvimento, estimula em mim um sentimento de orgulho.

Começa aí um novo tempo.

O novo secretariado toma posse e percebo na face do povo a certeza de dias melhores, aperto a mão do secretário mais esperado, parabenizo-o e peço que ele tenha força para reconstruir a auto-estima dos professores, seres tão castigados nos últimos oitos anos.

Percebo um sorriso e um olhar que me inspira confiança.

Os dias se passam e ansioso escuto o nome dos novos gestores das escolas e tenho pela primeira vez em oitenta e nove dias de festa em meu coração a primeira decepção, uma dor igual a que sentir há exatos oito anos.

Na campanha ouvir a equipe de transição falar em critérios técnicos, em evolução, mas ao ouvir os nomes escolhidos para gerir as escolas e os profissionais em educação esbarro em nomes do passado que tanto maculou a honra e a estima dos profissionais que dedicam suas vidas para erguer novos cidadãos.

Nomes que me fizeram erguer bandeiras de políticos que jamais votaria, em coagir pessoas a participarem de comícios com ideais políticos dos mais sorrateiros.

Espero mais alguns dias ( 50 dias para ser exatos) e tenho uma segunda decepção, profissionais da educação( principalmente os servidores contratados) que em anos anteriores havia sido os mais penalizados, novamente como num replay de uma jogada no futebol, foram demitidos, até os que estavam gozando de licença saúde e/ou maternidade, foram escorraçados dos seus cargos num ato vil e ilegal, sem prévio aviso, posteriormente após um recadastramento irregular, sem princípios éticos e profissionais os que conseguiram continuar começam a trabalhar sem nenhuma condição financeira de irem às escolas, pois não dispõem de vales-transportes e para piorar assim como nos governos anteriores eles ( os profissionais contratados) apesar de iniciarem os seus trabalhos no dia 02 de fevereiro só receberão os seus proventos no inicio de abril.

Esperei as coisas se acalmarem, porém ficou pior, soube hoje dia 02 de março que os servidores que fizeram a opção pelo plano de saúde (Ideal) o qual a prefeitura não tem nenhum gasto, pois apenas empresta a folha para realizar os descontos, perderam o serviço, pois o secretário de administração cancelou o contrato e os servidores e seus dependentes inclusive idosos e crianças estão a esmo dependendo do atendimento da rede publica que em Caruaru está um caos.

Um professor de Caruaru que esperava dias melhores.