Por Wilfred Gadêlha, especial para o Blog Deputado federal e padre, o petista paraibano Luiz Couto está dividido entre a cruz e a peixeira.

Se de um lado ele se diz ameaçado de morte por causa de sua atuação na CPI da Pistolagem e na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, do outro o buraco é mais embaixo: na semana passada ele foi suspenso das suas funções sacerdotais pelo arcebispo da Paraíba, dom Aldo Pagotto.

O motivo alegado pelo superior foi uma entrevista de Couto a um portal de notícias na internet em que ele faz críticas ao celibato, defende o uso de preservativos e ataca a discriminação aos homossexuais na Igreja. “Me senti magoado e humilhado.

Não mereço isso.

Tenho 33 anos de sacerdócio e jamais fui chamado à atenção.

Dom Aldo não quis nem conversar comigo, disse que ia me suspender por telefone.

Ainda pedi para conversamos e ele concordou.

Mas, uma hora depois, os blogues já davam a notícia.

Só recebi a ordem de suspensão oficial no outro dia, no fim da tarde”, disse ao JC o deputado-padre. “Dom Aldo nunca falou comigo.

Nem no meu aniversário de ordenação, nem no meu aniversário de vida.

Espero que ele reveja a decisão, porque ela é injusta.

O direito canônico diz que a suspensão é a última sentença.

E eu nem fui ouvido”, relata Couto. “Defender a tolerância aos homossexuais é um direito humano.

Respeito a opinião das outras pessoas, mesmo divergindo.

Mas o povo da Paraíba me conhece”, finaliza.