Do Congresso em Foco Uma portaria do Ministério da Justiça aumentou os poderes do diretor-geral da Polícia Federal e gerou problemas internos no PT e no governo.

O presidente do PT do Distrito Federal, Chico Vigilante, ficou irritado com a mudança e decidiu enfrentar o ministro Tarso Genro, também petista.

A intenção do dirigente partidário é levar o caso ao presidente Lula na próxima segunda-feira.

Vigilante representa também a Confederação Nacional dos Vigilantes (CNV) e discorda, em particular, da transferência para a PF da responsabilidade de disciplinar o uso de carros-fortes usados em transportes de valores. “A Polícia Federal tem de fiscalizar, e não estabelecer as regras que devem ser seguidas pelos carros fortes”, afirma Vigilante.

O problema parece pequeno, mas o presidente do PT do DF tem uma lista de queixas técnicas, sindicais e políticas contra a portaria, assinada pelo secretário-executivo do Ministério da Justiça, Pedro Abramovay, em 13 de fevereiro de 2009 e publicada no Diário Oficial da União três dias depois.

Na ocasião, Abramovay substituía o titular, Tarso Genro.

A decisão burocrática acirrou as disputas internas do PT. “O Tarso Genro não quer me receber para tratar do assunto porque nós somos de correntes diferentes dentro do PT”, ataca o dirigente. “Vou denunciar ao presidente Lula que os vigilantes foram recebidos por todos os ministros da Justiça desde o Jarbas Passarinho (governo Fernando Collor de Mello) e logo um petista nos desrespeita desta forma”, acrescenta.

Chico Vigilante acusa o Ministério de, ao assinar a portaria, atender ao lobby dos bancos para instituir um sistema de malote eletrônico implantado sem sucesso, segundo o sindicalista, na Bélgica. “É um sistema de malote inteligente que explode as cédulas de dinheiro em caso de ataque de ladrões”, explica. “O problema é que o Banco Central fica responsável por emitir novas cédulas, e isso é muito caro”, continua.

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