A fabricante japonesa de veículos Mitsubishi transferirá parte da produção para o Brasil para reduzir o impacto do fortalecimento do iene nos custos de produção, segundo informou o jornal econômico Nikkei.

O objetivo é instalar no Brasil sua base de exportação para toda a América Latina, principalmente pelo fato de as exportações brasileiras contarem com tarifas privilegiadas na região graças ao Mercosul e ao acordo comercial com o México.

De acordo com a agência espanhola EFE, a Mitsubishi planeja transferir no ano fiscal de 2009, que começa em abril, parte da produção nacional de veículos à fabricante MMC Automotores, que representa a empresa no Brasil.

A unidade de produção fica em Catalão (GO).

Em comunicado emitido no final da tarde, a MMC, a empresa do grupo brasileiro que representa a Mitsubishi no Brasil, confirmou a expectativa de que novos modelos possam ser produzidos na fábrica da marca em Catalão.

Segundo a MMC, dentro de 60 dias será anunciado o primeiro modelo de veículo de um total de quatro que estão sendo analisados para serem montados na fábrica já instalada no Brasil.

Os três restantes seriam definidos até o fim do ano.

Segundo a empresa, alguns dos novos veículos terão “potencial de exportação para os países da América Latina e Caribe.

Produção - Segundo a agência de notícias EFE, a Mitsubishi tem interesse na isenção do Imposto de Importação que beneficia o intercâmbio de veículos entre Brasil e demais países do Mercosul e México.

Veículos da marca Mitsubishi são produzidos no Brasil desde 1998.

A atividade industrial em Catalão pertence totalmente ao grupo MMC, do empresário Eduardo Souza Ramos e sócios.

O grupo paga à Mitsubishi pela tecnologia e compra peças que precisam ser importadas do Japão.

Nessa unidade são produzidas as linhas do esportivo Pajero e do utilitário L-200.

A atividade em Catalão sempre funcionou sem qualquer interferência dos japoneses.

Somente em outubro do ano passado Osamu Masuko, presidente mundial da Mitsubishi, decidiu visitar o Brasil.

Na época ele negou a intenção da companhia de ter participação na operação brasileira.

Disse ter “estudado muito” a história da empresa parceira no Brasil e acrescentou que “um empreendimento não se constrói à distância”.

Masuko decidiu visitar a operação brasileira pouco tempo depois do grupo que representa a marca no Brasil ter fechado acordo para ser um dos sócios da empresa que começou a importar os veículos da marca Suzuki.

A atividade da fábrica da marca Mitsubishi no Brasil, única do mundo que não é operada pela própria montadora no Japão, já vinha em processo de crescimento.

Em 2008, as vendas de veículos comerciais leves da marca cresceram mais de 40%, enquanto que o mercado do segmento avançou 30%.