Por Fernando Castilho, da coluna JC Negócios de hoje Pode ter sido a falta de recursos decorrente da decisão do prefeito João da Costa de reduzir os custos do Carnaval por força da crise financeira global.
Mas não dá para não perceber que a produção do Carnaval deste ano não repete a qualidade dos anos anteriores.
A decoração, por exemplo, ainda não ficou pronta e não repetirá o padrão visual de anos anteriores.
Também há os casos que comprometem o trajeto de quem vai ao Recife Antigo ao passar pelas praças tapumadas para proteção dos jardins.
A da Independência, por exemplo, parece uma favela grafitada quando deveria ser incorporada a entidade visual do restante do sítio histórico.
Outro sinal de que voltamos a improvisar foi o lançamento ontem dos discos de 11 orquestras de frevo do Carnaval de Pernambuco.
O que justifica tamanho amadorismo?
Onze CDs a três dias do Carnaval?
Continuarão inéditos, pois ainda que todas as rádios AM e FM tocassem, poucas músicas teriam condições de serem ouvidas pelo folião. É difícil imaginar uma gravadora da Bahia ou do Rio de Janeiro fazendo os lançamentos dos CDs de suas bandas de axé ou das escolas de samba do grupo especial esta semana.
Também voltamos a “chutar” números sobre o faturamento do Carnaval e o total de visitantes.
Isso desmoraliza o trabalho sério.
Semana passada, na apresentação (no Rio de Janeiro) do pacote de atrações do Carnaval de Salvador (incluindo as grandes estrelas nacionais que vão estar lá), o governador da Bahia, Jacques Wagner, estimou em 400 mil o número de turistas que, efetivamente, vão a capital da Bahia e sua região metropolitana e se utilizarão dos chamados “meios de hospedagem”.
Talvez isso nos ensine.