Da Agência Brasil A disputa dos partidos pelas presidências das comissões sofreu uma reviravolta hoje (17).
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) desistiu de disputar com o peessedebista Eduardo Azeredo (MG) a Comissão de Relações Exteriores para tentar ficar como titular da Comissão de Infraestrutura, reivindicada pelo PT.
Collor tem o apoio do DEM, de acordo com informação do líder do partido, José Agripino Maia (RN).
A Comissão de Infraestrutura é pleiteada pelo PT que já indicou o nome da senadora Ideli Salvatti (SC) para a presidência.
Neste momento, os líderes da base aliada estão reunidos na liderança do governo para tratar do assunto.
A decisão de Collor de desistir da Comissão de Relações Exteriores para disputar a Infraestrutura teria sido tomada num jantar, ontem (16), na residência da senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) na presença de líderes partidários, entre eles, o petebista Gim Argello (DF).
José Agripino Maia, que até a semana passada afirmava que, obedecendo o critério da proporcionalidade das bancadas, votaria em Azeredo na disputa pela Comissão de Relações Exteriores, justifica agora o apoio a Collor como uma estratégia de oposição ao governo. “Existe oposição e governo e cabe a oposição escolher seus caminhos”, afirmou.
Pelo critério da proporcionalidade das bancadas, caberia ao PT a quarta indicação, no caso a Comissão de Infraestrutura.
Já o líder do PSDB, Arthur Virgílio Neto (AM), disse que a bancada tucana vai apoiar Ideli Salvatti numa eventual disputa com Fernando Collor. “Vamos apoiar qualquer partido que tenha o compromisso com a proporcionalidade”, disse.
Arthur Virgílio afirmou, ainda, que o Senado tem que “virar a página” das eleições da Mesa Diretora sob pena de o presidente Sarney ter que administrar a Casa lidando com ressentimentos.
Já o senador Renato Casagrande (PSB-ES) considera que toda esta reviravolta nada mais é do que uma tentativa de se desorganizar, no Senado, a harmonia da base de apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva