Do site do BNDES O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 5,3 bilhões em 2008, com redução de 27,4% na comparação com o ano anterior.

Os principais fatores que influenciaram o lucro do BNDES foram os seguintes: A queda do resultado bruto de intermediação financeira, que passou de R$ 4,7 bilhões em 2007 para R$ 3,8 bilhões em 2008, em função da redução dos spreads cobrados pelo BNDES em seus financiamentos nos últimos anos.

A medida contribuiu para a redução do custo total dos financiamentos do Banco, favorecendo, dessa forma, novos investimentos na economia.

O segundo fator de impacto sobre o lucro do Banco no ano passado foi a redução de receitas com reversão de provisão para risco de crédito, que são de natureza não recorrente e atingiram R$ 445 milhões em 2008, abaixo de R$ 1,3 bilhão em 2007.

Essa situação reflete a alta qualidade da carteira de crédito do BNDES e seu baixo nível de inadimplência.

Além disso, o BNDES sempre adotou postura conservadora no provisionamento para risco de crédito, de tal modo que a renegociação de créditos problemáticos do passado tem gerado reversões de provisão e recuperações de créditos nos últimos anos.

A inadimplência do Banco, historicamente baixa, atingiu 0,15% da carteira total.

A crise financeira internacional não afetou a qualidade da carteira do sistema BNDES, com 98,2% do total dos créditos concedidos classificados entre os níveis de risco AA e C, em 31 de dezembro de 2008, superior à média do Sistema Financeiro Nacional.

Outro fator que influenciou o desempenho do sistema BNDES foi o resultado com participações societárias, que se manteve estável em 2008 (R$ 6 bilhões) em relação a 2007 (R$ 6,1 bilhões), apesar da crise financeira internacional que se agravou no segundo semestre do ano.

Balanço - O patrimônio líquido do sistema BNDES totalizou R$ 25,3 bilhões, correspondendo a um patrimônio de referência de R$ 42,5 bilhões, superior aos R$ 41,5 bilhões obtidos em 31 de dezembro de 2007.

O patrimônio de referência é a base utilizada pelo Banco Central para estabelecer limites prudenciais que devem ser seguidos por todas as instituições financeiras.

Quanto maior for o patrimônio de referência do BNDES, maior sua capacidade de conceder crédito.

O índice de adequação de capital (Índice de Basiléia) registrado pelo sistema BNDES foi de 17,7%, uma situação confortável em relação aos 11% exigidos pelo Banco Central.

O índice de exposição ao setor público fechou em 17,1%, bem inferior ao limite de 45% estabelecido pelo Banco Central.

Os ativos totais somaram R$ 277,3 bilhões ao final de 2008, apresentando crescimento de 36,8% em relação ao exercício de 2007.

Deste total, 77,9% estão representados pela carteira líquida de financiamentos e repasses.

A captação de recursos do Tesouro Nacional (TN), no valor de R$ 22,5 bilhões, e do FI-FGTS, no montante de R$ 7 bilhões, dentre outras, complementaram o funding para que o orçamento do Banco faça frente à forte demanda por financiamentos.

O saldo da provisão para risco de crédito totalizou R$ 4,6 bilhões, equivalentes a 13,9 vezes a carteira de créditos inadimplentes.

Isso significa que o montante provisionado é mais do que suficiente para cobrir possíveis perdas com créditos inadimplentes.

Do resultado do Banco com participações societárias, destacam-se a alienação de títulos e valores mobiliários, no montante de R$ 4,6 bilhões, derivado da venda de participações societárias de ArcelorMittal, CSN e Aços Villares, realizada no segundo trimestre de 2008, e cujos resultados brutos somados representaram 79,3% do total obtido no exercício de 2008 com alienações; a receita de dividendos e juros sobre o capital próprio, que totalizou R$ 2,1 bilhões, com destaque para Petrobras (R$ 700 milhões); e a provisão para perdas em investimentos, no valor de R$ 700 milhões, constituída com base em estudo realizado pela área de Mercado de Capitais do BNDES.