Do Comunique-se Mesmo antes do fim da investigação da polícia suíça sobre o caso Paula Oliveira, jornais do Brasil admitem ter cometido falhas na cobertura.
O suposto ataque de neonazistas contra a brasileira foi primeiramente noticiado pelo Blog do Noblat, e repercutido por praticamente toda a imprensa do País. “Eu acho que a Folha foi mal como todos os outros jornais e veículos de comunicação.
Foi precipitada.
Compramos a notícia sem confirmação própria”, avalia o ombudsman da Folha de S.
Paulo, Carlos Eduardo Lins da Silva.
O diretor de conteúdo do Estadão, Ricardo Gandour, afirma que o jornal registrou a informação divulgada pelo Blog do Noblat e foi a campo, com uma entrevista com o pai de Paula Oliveira e informações do Itamaraty.
Porém, admite a falta do outro lado da história. “Ficou 24 horas num pé só.
Serviu como um aprendizado para o futuro”, diz Gandour.
Essa é a mesma opinião do professor e ouvidor-geral da Empresa Brasil de Comunicação, Laurindo Leal Filho: “Os fatos eram graves demais para ficar em uma só versão”.
Ele também ressalta a diferença da apuração realizada por blogs e por veículos de comunicação. “Os blogs não substituem a cobertura jornalística.
Os blogueiros não têm estrutura para planejar e executar uma cobertura.
Para este caso, fazia-se necessária uma equipe de reportagem", afirma Leal Filho.
Apesar das avaliações negativas sobre a forma como a cobertura foi encaminhada, o ombudsman da Folha afirma que, se tivesse que decidir se daria ou não a notícia, também cometeria o erro. “Se eu estivesse no lugar dos editores, iria cometer o mesmo erro.
Existe uma cultura no jornalismo que tem que se dar a notícia o mais rapidamente possível”, admite Lins da Silva.
O Blog do Noblat trouxe mais novidades sobre o caso.
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