A Folha de São Paulo, um dos maiores jornais do Brasil, descobriu ontem o que o Blog de Jamildo já informou há mais de um ano, com um post citando as exigências para montagem de postos com a bandeira da PDVSA como condição para fechar o negócio.
No entanto, a Petrobras não aceitava abrir o mercado aos vizinhos. na Folha de São Paulo Estatal brasileira não aceita propostas da venezuelana de vender óleo mais caro e abastecer o mercado local diretamente Distribuidoras menores no Nordeste quebrariam com o acordo, avalia a Petrobras, que investe 60% dos US$ 4 bilhões previstos no projeto Sócias no projeto da refinaria de Pernambuco, a Petrobras e a estatal venezuelana PDVSA vivem um impasse, que, se não for resolvido, resultará no fim do acordo -que prevê investimento de 40% da companhia estrangeira e 60% da brasileira.
A Petrobras rejeita duas propostas da PDVSA: a de comprar petróleo venezuelano por preço acima da cotação internacional do produto -já com um desconto pela qualidade inferior do óleo- e a de vender os derivados produzidos na refinaria diretamente ao mercado brasileiro. “Sem resolver esses impasses, não há acordo”, disse Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras.
Segundo o executivo, a PDVSA, que fornecerá 50% do petróleo a ser processado na refinaria, quer vender seu óleo pesado com um deságio sobre o preço de referência internacional do brent, multiplicado por um fator (uma vez, por exemplo) a ser ainda definido.
Para Costa, essa fórmula foge ao padrão adotado e não será aceita pela Petrobras -que fornecerá o óleo da bacia de Campos, mais leve do que o venezuelano, com deságio menor em relação ao brent.
Costa reclama ainda da intenção da PDVSA de vender diretamente os 40% da produção de derivados a que terá direito, se o acordo vingar, diretamente no mercado nordestino.
Isso, segundo o executivo, contraria as práticas do mercado brasileiro, pelas quais as refinarias vendem combustíveis em igualdade de condições a todas as distribuidoras. “O mercado vai entrar em parafuso.
O que vai acontecer com distribuidoras pequenas?
Vão fechar, vão acabar, vão quebrar”, afirmou Costa.
Ele comparou a situação da refinaria Abreu e Lima (Pernambuco), prevista para 2011, à da Refap (Rio Grande do Sul), na qual a Repsol é sócia com 30% e vende a todas as distribuidoras sua parcela da produção em condições isonômicas.
Estimada em US$ 4 bilhões, a refinaria pode sair mais cara em razão da alta dos custos da indústria do petróleo, segundo Costa.
Por isso, a Petrobras já rejeitou propostas de preço de quatro fornecedores que seriam responsáveis pela construção e interligação das principais unidades da refinaria.
Diesel Além da refinaria de Pernambuco, a construção de mais quatro refinarias está prevista no plano de negócios da Petrobras até 2013, que reserva US$ 47,8 bilhões para a área de Abastecimento da companhia.
Serão instaladas as refinarias Clara Camarão (RN), em 2010, com capacidade de 30 mil barris/dia; a premium 1 (MA), entre 2013 e 2015, com capacidade de 600 mil barris; a premium 2 (CE), para processamento de 300 mil barris/dia também entre 2013 e 2015; além do Comperj, que refinará 150 mil barris/dia para produção de petroquímicos.
Costa disse que com a entrada da refinaria de Pernambuco e das primeiras fases das duas premium o país se tornará autossuficiente na fabricação em diesel em 2013 -hoje, 15% do consumo de 780 mil barris/dia são importados.