O presidente da Câmara, Michel Temer, encaminhou ontem ao ministro da Justiça, Tarso Genro, pedido de proteção policial feito pelo líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), para dois deputados do partido: Luiz Couto (PB) e Fernando Ferro (PE).
Temer enviou ao ministro ofício em que líder do PT cita o assassinato do advogado Manoel Matos, assessor do deputado Fernando Ferro e vice-presidente do PT de Pernambuco, e denuncia as ameaças de morte contra os dois deputados.
No último dia 4, um grupo de deputados do PT já havia pedido pessoalmente a Tarso Genro proteção para os dois deputados.
Antecedentes Manoel Matos foi assinado em 24 de janeiro.
Ele vinha recebendo ameaças por ter denunciado o crime organizado na Zona da Mata pernambucana.
Matos foi colaborador da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou os grupos de extermínio no Nordeste.
A CPI, relatada pelo deputado Luiz Couto, apurou entre 2003 e 2005 o envolvimento de delegados, juizes, promotores e outras autoridades nos grupos de extermínio da região.
Os deputados pediram também a federalização das investigações a respeito da morte de Manoel de Mattos e proteção à família do advogado assassinado.
Ameaças O deputado Luiz Couto conta que recebe ameaças desde que começou a investigar o assunto, ainda na Paraíba, há mais de dez anos, mas seu receio aumentou após a morte de Manoel. “Quando Manoel Matos foi executado, nós estivemos no Instituto de Polícia Científica, no Departamento de Medicina Legal, onde estava sendo feito o exame cadavérico, e a mãe dele disse: ‘Deputado, conseguiram tirar a vida do meu filho, mas tome cuidado, porque Manoel dizia que não somente ele, mas também o senhor estaria na mesma rota para ser eliminado’”, relatou o parlamentar.