Da Reuters O Ministério das Relações Exteriores considerou, nesta quinta-feira, que seria “precoce” levar o caso da brasileira agredida por supostos neonazistas na Suíça ao Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas.
Apesar de autoridades brasileiras verem indícios de xenofobia no ataque sofrido pela brasileira Paula Oliveira, a assessoria de imprensa do ministério informou que o Itamaraty decidiu esperar pelas próximas ações que serão tomadas pelas autoridades suíças.
A brasileira, grávida de gêmeos, teve a gestação interrompida após sofrer a agressão.
O ministro das Relações Exteriores.
Celso Amorim, defendeu que o caso “que tem aparência de xenofobia muito forte seja investigado como deve ser”. “Não só em atenção à pessoa que foi agredida, mas até para as boas relações entre Brasil e Suíça”, acrescentou Amorim a jornalistas.
O subsecretário-geral de Comunidades Brasileiras no Exterior, embaixador Eduardo Gradilone, reuniu-se nesta quinta com o encarregado de negócios da Suíça no Brasil, Claude Crottaz, e expressou a “grande preocupação do governo brasileiro com o ocorrido”, segundo o Itamaraty.
Ainda de acordo com o Itamaraty, Crottaz, que representou o embaixador suíço no encontro já que o principal representante do país europeu não estava em Brasília, assegurou a Gradilone que o caso será investigado “em profundidade” pelas autoridades suíças.
Paula Oliveira foi agredida na última segunda-feira.
Ela foi torturada e os agressores escreveram com estiletes nas pernas da brasileira a sigla do maior partido da Suíça, o Partido do Povo Suíço (SVP).
Na véspera do ataque, uma proposta que amplia o direito de cidadãos da União Européia de viverem e trabalharem na Suíça foi aprovada por 59,6 por cento dos votos em um referendo.
O SVP, contrário à proposta, promoveu uma campanha de oposição à imigração com pôsteres mostrando corvos de aparência bizarra bicando um pequeno mapa da Suíça.