Em um palanque armado em cidade que fica ao lado da tomada de água do projeto da transposição do São Fransisco, o presidente Lula não poderia esquecer o tema da distribuição de água no seu discurso.

Ele prometeu que agora em abril voltará, com Gedel Vieira Lima, apontado como o possível vice de Dilma, para visitar as obras (em Cabrobó e Tacaratu, no caso do Ramal Leste).

Sobre o assunto, o presidente começou o trecho específico dizendo que ninguém era contra, e o que tinha era gente desinformada sobre o projeto.

Ou seja, depois que o governo informou, tudo mudou.

Mentira deslavada, havia e há grupos de pressão contra a obra, conforme relatou especial do Jornal do Commercio ainda em 2006.

Lula também esqueceu de explicar porque, na campanha de eleição, suspendeu o projeto.

Covardia?

Medo de perder votos?

O Nordeste pode esperar?

Fala sério.

Ao contradizer-se no próprio discurso, disse que o povo tinha razão (em criticar a obra) porque havia gente que morava na beira do rio e não tinha água para beber. “Agora, todas as comunidades do São Francisco vão ter água para beber”.

Em um argumento novo, o presidente usou a divisão entre regiões para defender a obra. “No Nordeste, tem criança que não vai a escola porque não pode tomar banho.

Enquanto isto, tem gente no Brasil que lava carro com água potável, dá bando em cavalo.

Mas no nosso governo o povo do Ceará e de Pernambuco terá água para beber”. “Assim, só pode ser contra a obra quem nunca carregou um pote de água na cabeça.

Só quem não foi pegar água no açude e teve que separar fezes de animal e caramujos para beber água barrenta”.

PS: É hoje que João Suassuna, da Fundaj, enfarta.