Da Editoria de Política do JC Líder do PSDB na Assembleia Legislativa, o deputado Pedro Eurico classificou, na tarde de ontem, como ilegal a situação do secretário de Articulação Social do Estado, Waldemar Borges (PSB).

Para o tucano, a mesa diretora da Casa não devia ter dado a Waldemar o direito de optar entre o salário de parlamentar (R$ 12,3 mil) e o de secretário de Estado (R$ 7 mil). “É ilegal, vexatório e pecaminoso”, criticou. À noite, em contato com o JC, Waldemar anunciou que vai “abrir mão do direito” e voltar a receber a remuneração menor.

Disse ainda que fez a escolha orientado pela Assembleia e de posse de um parecer da Procuradoria Geral do Estado.

Da tribuna, Eurico alegou que a Constituição de Estado garante apenas aos deputados eleitos – e não aos suplentes – a prerrogativa de escolher entre dois salários, no caso de licença para assumir outro cargo. “Como era suplente, a partir do momento que se licencia, ele abre mão das prerrogativas e do salário de parlamentar”, disse Eurico.

Para o deputado, Waldemar deveria reassumir a vaga no Legislativo ou renunciar ao mandato.

Dos quatro deputados que foram ao microfone, apenas Terezinha Nunes (PSDB) foi solidária a Eurico.

Os demais – André Campos (PT), Sebastião Rufino (DEM) e Alberto Feitosa (PR) – endossaram o parecer da Casa. “É uma questão de interpretação.

A partir do momento que Wal (como é conhecido) assume, é deputado.

Ele não renunciou”, defendeu André, novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia.

Por telefone, Waldemar se mostrou chateado com Eurico e frisou que agiu na legalidade. “Minha atuação nos cargos que ocupei nunca foi pautada por subsídio.

Se fosse assim, continuaria deputado”, afirmou.

Para o secretário, a crítica do tucano – líder da oposição até o ano passado – foi de cunho político. “Não vou servir de objeto para setores da oposição, muito menos nessa chafurdação”, disse.

Terceiro suplente da coligação, Waldemar foi empossado ainda no recesso, devido à eleição de José Queiroz (PDT) à Prefeitura de Caruaru (Agreste).

Após a volta às atividades, passou apenas dois dias na Casa.

Mas optou pela remuneração de deputado e ainda recebeu o “auxílio-paletó”, benefício de R$ 12,3 mil designado a todo parlamentar no início e no meio de cada ano.

Com o retorno ao governo Eduardo Campos (PSB), o suplente Amaury Pinto (PR) assumiu a cadeira e também ganhou o “auxílio-paletó”.

A Casa ainda tem dois deputados eleitos – Ângelo Ferreira (PSB) e Sebastião Oliveira (PR) – que estão no primeiro escalão estadual, mas com salário de deputado.

Assim, são 52 pessoas recebendo como deputado, mas a Casa só possui 49 cadeiras.