Por Edilson Silva O MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, completou recentemente 25 anos de vida.

Uma caminhada marcada pela persistência em colocar a reforma agrária na pauta política do país, empreitada tão nobre quanto espinhosa.

Independente dos resultados concretos na democratização da terra em nosso país neste último quarto de século, é inegável que o MST cumpriu papel protagonista no empreendimento exitoso de colocar no imaginário da população brasileira o tema da reforma agrária.

Mais do que a popularização do tema da reforma agrária, o MST massificou, no campo e na cidade, uma “nova” categoria de trabalhador: o camponês sem-terra, tornando esta categoria símbolo de luta popular e exemplo de organização política intransigente na defesa de sua causa.

Enfrentando corajosamente o que existe de mais atrasado em termos políticos em nosso país, que são as oligarquias do campo, o latifúndio e seus coronéis com sua costumeira truculência, o MST não poderia deixar de ter no saldo de sua história várias centenas de militantes assassinados por enfrentar sem medo os obstáculos da luta, como aqueles que foram covardemente massacrados em Eldorado dos Carajás.

Importante destacar também que o MST chega aos seus 25 anos de vida como uma importante referência política da esquerda brasileira e internacional, odiado pelos conservadores por um lado, e abraçado por todas as forças progressistas por outro, é verdade que é respeitado por todos, por que não flexibilizou seus princípios e seu método de luta nos anos de supremacia do modelo neoliberal, momentos em que outros movimentos sociais adaptaram-se covardemente aos limites da agenda das elites.

Tão pouco apequenou-se diante do agigantamento do agronegócio, com seus transgênicos e sua devastação da natureza, mesmo sob o governo Lula.

E é possível e preciso dizer mais sobre o MST nestes seus primeiros 25 anos.

Quando lhe acusam de ter-se transformado em movimento político, e não apenas de luta por terra para camponeses, atestam que o MST é mais do que um sindicato corporativo e limitado de camponeses sem-terras, e que alcançou compreender a exata dimensão da luta pela reforma agrária como parte da necessária e inadiável construção de uma pátria soberana, justa para seus filhos e verdadeiramente democrática.

Por tudo isto, todos aqueles que de alguma forma sonham honestamente com um país melhor, devem saudar alegremente a travessia feita até aqui pelo MST.

A exemplo de outros importantes movimentos sociais no Brasil, o MST é parte inseparável da grande frente social e política que nosso país precisa construir para enfrentar os obstáculos à construção de uma sociedade que se norteie pelos princípios do socialismo.

Presidente do PSOL/PE PS: Silva está no meio da selva amazônica neste momento.

No Pará (Santarém), cumprindo agenda da Executiva Nacional do PSOL.

O candidato a prefeito da cidade (a eleição de outubro foi impugnada) está em primeiro nas pesquisas.

A internet por lá é bastante ruim, mas mesmo assim ele cumpre o compromisso com os leitores do Blog.