Da Folha Online, em Brasília Os governadores de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), e do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), não esconderam nesta sexta-feira o constrangimento em relação às denúncias envolvendo o corregedor-geral da Câmara, deputado Edmar Moreira (DEM-MG), proprietário de um castelo no interior de Minas.

O tucano negou ter visitado a construção, enquanto Arruda foi lacônico ao mencionar o assunto, mas defendeu a renúncia do parlamentar. “Não, não conheço o castelo”, disse Aécio, com um meio sorriso. “Soube do castelo por vocês, pela imprensa.

Não sei nada sobre isso”, afirmou ele, depois de reunião no Palácio do Planalto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Ao ser questionado se o castelo serve como atração de turismo para o município na Zona da Mata mineira, Aécio desconversou. “Estimular o turismo é sempre bom.

Sou favorável”.

Moreira argumentou ter construído a propriedade para atrair o turismo para a região.

Arruda optou por evitar comentários sobre o episódio de Moreira. “Achei ruim [o caso em si]”, disse Aécio. “O que o presidente do partido [deputado Rodrigo Maia, do Rio de Janeiro] já disse”, afirmou ele, referindo-se à nota divulgada ontem pelo DEM, na qual o partido defende a renúncia de Moreira, critica a falta de ética do parlamentar e ainda o ameaça de expulsão, além de remeter o caso ao conselho de ética da legenda.

Além da ostentação em relação à construção, o corregedor é acusado de não ter declarado a propriedade como sendo sua à Justiça Eleitoral.

Segundo ele, apesar de ter construído o castelo entre 1982 e 1990, em 1993 repassou a construção para os filhos Leonardo e Júlio Moreira.

Por essa razão, o deputado disse que não incluiu a propriedade nas declarações.

Informações prestadas à Folha indicam que construção está à venda por US$ 25 milhões desde o início da semana.

Em decorrência do escândalo envolvendo o castelo, o DEM pressiona Moreira a renunciar ao cargo na Corregedoria Geral da Câmara.