Da Agência Brasil O Grupo Tortura Nunca Mais lançou um manifesto em seu site pedindo a extinção do processo de extradição pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a imediata libertação do escritor e ex-ativista político italiano Cesare Battisti, preso em Brasília, na Penitenciária da Papuda, desde 18 de março de 2007.

Battisti aguarda o julgamento final pelo Supremo do pedido de extradição feito pelo governo da Itália.

Ainda não há data prevista para que o processo seja levado ao plenário da Corte.

De acordo com o manifesto, “Cesare Battisti se refugiou, por conta própria no nosso país, onde vivia pacificamente, após o governo francês, em 2004, haver suspendido o asilo político que tinha na França, onde morava com esposa e duas filhas, atuando como escritor”.

O manifesto cita a escritora francesa Fred Vargas, que veio ao Brasil especialmente para visitar Battisti e, na ocasião, disse que o primeiro-ministro italiano Silvio Berlusconi “lidera uma reação histérica, movida pelo ódio.

Quer transformar Battisti num monstro e apresentá-lo como símbolo dos anos de chumbo, o que não é verdade”.

O texto afirma ainda que “em final de 1969 o Estado italiano deu início a uma feroz e sangrenta perseguição aos seus opositores políticos que propugnavam o caminho da luta armada contra o regime.

Cesare Battisti é um desses opositores políticos que, como todos os demais militantes daquele período, vem sendo caçado como um animal – apresentado como feroz e violento – por todo o mundo.” O grupo Tortura Nunca Mais afirma ainda que apóia “integralmente” a decisão do ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu refúgio ao escritor italiano.

Segundo a nota, Tarso Genro “teve a honradez e a ética de cumprir na prática a Convenção Relativa ao Estatuto dos Refugiados da ONU de 1951 e o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados da ONU de 1967, dos quais o Brasil é signatário”.